Lô Borges&nbsp;

A morte do cantor, compositor e instrumentista mineiro Lô Borges nos alerta que estamos sim ficando órfãos de uma geração diferenciada. Muito triste a perda precoce deste artista que ajudou a fundar juntamente com Beto Guedes, Milton Nascimento, Tavito, Wagner Tiso, Flávio Venturini, Tavinho Moura, Toninho Horta, entre outros, o incomparável Clube da Esquina lá nas Minas Gerais ainda nos idos da década de 60. 
Faço parte de uma geração especial por termos tido o privilégio de vivermos à mesma época de movimentos musicais como o Tropicalismo, a Bossa Nova e, sobretudo, o Clube da Esquina, cujos integrantes beberam da fonte dessas Eecolas bem como do rock (especialmente os Beatles) sem se esquecerem das tradições viscerais mineiras e dos negros, unindo, aliás, o popular e bucólico ao erudito. E deu no que deu: o Clube da Esquina! Simplesmente um jardim musical repleto de maravilhosos jardineiros cuidando da terra, das flores, das árvores. Música em movimento e harmonia com o cosmos, com a vida, com o viver!&nbsp; 
Lô Borges nos deixa este jardim florido por suas tão belas canções e proposta para um estilo de vida que julgo inspirador.&nbsp;

Roberto Célio P. Silva 
Setor Pedro Ludovico - Goiânia

Finados

Parabenizo a Prefeitura de Goiânia e toda a equipe responsável pela conservaçāo e manutençāo do Cemitério Parque, nesta capital. 
Quando estive lá, no ano passado, estava um verdadeiro caos, muros caídos, mato e lixo entre os túmulos, necessitando de uma boa limpeza e conserto dos muros. 
Ontem, quando retornei, fiquei surpresa: muros reconstruídos, gramas de placa nas calçadas externas, áreas entre os jazigos limpos e capinadas. 
Podemos dizer, “arrumou a casa” para receber as pessoas que em véspera e no Dia de Finados, visitam o cemitério em homenagem aos entes queridos que já se foram, deixando apenas saudade.

Maria de Fátima&nbsp;Teles de Freitas 
Setor Bueno - Goiânia

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Cartas

Os responsáveis por jazigos em estado de abandono nos cemitérios Parque e Santana na capital têm 90 dias para regularizar o estado dos túmulos. A Prefeitura de Goiânia publicou no Diário Oficial do Município&nbsp;um edital de notificação com mais de 70 jazigos que necessitam de reparos. &nbsp;

Segundo a prefeitura, ao todo já foram identificados 70 no Cemitério Parque e sete no Santana. Os atendimentos são realizados em horário comercial na Gerência do Centro Administrativo de Cemitérios e Central de Óbitos, que fica na Rua Francisca Costa Cunha, no setor Aeroporto. &nbsp;

A notificação foi publicada no dia 14 de julho, e a partir desta data os proprietários dos jazigos têm 90 dias para fazer a regularização. <a href="https://www.goiania.go.gov.br/casa-civil/diario-oficial/" target="_blank">Veja a lista completa no site da prefeitura.</a> &nbsp;

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<h2>Limpeza e manutenção&nbsp;</h2>

A Prefeitura de Goiânia tem intensificado os trabalhos de limpeza e manutenção nos cemitérios, com cerca de 60 servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) atuando nos cemitérios Santana, no Setor dos Funcionários, e Parque, no Setor Gentil Meireles, com serviços de remoção de entulhos, rastelação, varrição, roçagem de mato alto e pintura de meio-fio.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/cemiterios-publicos-de-goiania-seguem-em-situac-o-precaria-1.3290902" target="_self">Cemitérios públicos de Goiânia seguem em situação precária</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/editorial/gest-o-dos-cemiterios-1.3290874" target="_self">Gestão dos cemitérios</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/cemiterios-em-goiania-sofrem-com-abandono-1.3245676" target="_self">Cemitérios em Goiânia sofrem com abandono</a>&nbsp;&nbsp;</div>

Na sequência, as equipes seguirão para os cemitérios Vale da Paz e Jardim da Saudade. De acordo com a prefeitura, os trabalhos têm como objetivo garantir que os ambientes estejam limpos, seguros e acolhedores para os visitantes.&nbsp;

Responsáveis por jazigos abandonados nos cemitérios Parque e Santana em Goiânia têm 90 dias para fazer regularização

Cidades

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Matéria - Cidades

ESTADO DE ABANDONO 

Enquanto a Prefeitura tem notificado proprietários de jazigos e túmulos para realizar reparos nas estruturas, a situação precária nos quatro cemitérios municipais reportada pelo POPULAR desde março ainda se mantém. No Cemitério Parque, no Setor Urias Magalhães, por exemplo, a construção do muro, paralisada há dois anos, segue sem conclusão. No Vale da Paz, na GO-020, mato alto e problemas estruturais nas salas de velório e administrativa, além de recorrente falta d’água, seguem sendo problemas vivenciados por servidores e famílias que ali sepultam seus entes queridos.

Os nomes dos proprietários de jazigos e túmulos em estado de abandono nos cemitérios Parque e Santana, este localizado em Campinas, foram divulgados no Diário Oficial do Município (DOM), na segunda-feira (14). Ao todo, foram 70 notificações para o do Urias Magalhães e 7 ao de Campinas. A Secretaria Municipal de Gestão de Negócios e Parcerias (Segenp) diz que eles devem promover a regularização “do estado de conservação, limpeza a manutenção” das sepulturas em 90 dias.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/familia-denuncia-que-jazigo-de-pedro-ludovico-teixeira-fundador-de-goiania-esta-abandonado-1.3270317" target="_self">Família denuncia que jazigo de Pedro Ludovico Teixeira, fundador de Goiânia, está abandonado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-de-goiania-n-o-tem-materiais-para-fazer-sepultamentos-1.3262595" target="_self">Prefeitura de Goiânia não tem materiais para fazer sepultamentos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/cemiterio-pretende-exumar-mais-de-400-tumulos-em-senador-canedo-1.3258296" target="_self">Cemitério pretende exumar mais de 400 túmulos em Senador Canedo</a></div>

A precariedade em túmulos de ambos os cemitérios já havia sido descrita pelo POPULAR em março deste ano, e é perceptível a quem visita os espaços. A falta de manutenção ao longo do tempo, associada a ações de vandalismo e furto, faz com que as sepulturas fiquem abertas e com ossadas expostas. Os buracos acumulam detritos e restos de animais mortos, como foi observado pela reportagem na tarde desta segunda-feira (21) no Cemitério Parque. A responsabilidade pelos jazigos, conforme decreto de 2019, é dos proprietários.

Contudo, além da falta de ações para conservação das sepulturas por parte de certos concessionários, há medidas de responsabilidade da Prefeitura que precisam ser conduzidas. É o caso de reparos estruturais nos prédios dos cemitérios, que contam com infiltrações, vidros quebrados e portas danificadas. No Cemitério Parque, os banheiros abertos ao público estavam com as trincas das portas quebradas e torneiras sem funcionar. Também era possível ver vidros estilhaçados. O mato alto, relatado pelo POPULAR na visita ao local em março deste ano, não era visível nesta segunda-feira, já que a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) havia concluído a roçagem.

<h2>Vale da Paz</h2>

Por outro lado, no Cemitério Vale da Paz, situado às margens da GO-020, o mato alto ainda é realidade e, por vezes, encobre os nomes das pessoas enterradas. Além disso, o espaço tem problemas estruturais comuns aos demais: goteiras, infiltrações, banheiros em condições precárias, vidros quebrados, trincas e portas danificadas e bancos de concreto rachados. No banheiro masculino, os dois mictórios estavam interditados, cobertos com plástico preto. A sinalização está improvisada. A falta de renovação da pintura completa o cenário de abandono. No local, contudo, há outro problema: a falta recorrente de água.

<img attr-cid="policy:1.3290900" attr-version="policy:1.3290900:1753150159" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3290900/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
No Vale da Paz, saída para Bela Vista, mato alto encobre as sepulturas (Fábio Lima / O Popular)

Servidores ouvidos explicam que a bomba d’água queima frequentemente, o que deixa o local sem água para limpeza dos espaços. E, mais grave: não há água potável. Por isso, tanto os profissionais como o público precisam levar água para consumo próprio. Famílias às vezes deixam de velar seus entes queridos diante da impossibilidade de limpeza das salas de velório.

Titular da Segenp, José Silva Soares Neto aponta diz que a atual gestão tem adotado medidas para melhorias. “Recebemos os cemitérios públicos numa situação estrutural e operacional e de zeladoria difícil. Implementamos roçagens periódicas, limpeza e manutenção e solicitamos reforço da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Fizemos algumas vistorias técnicas para levantamento, estamos conversando com órgãos ambientais e essa notificação é apenas uma para somar todas essas ações”, cita.

Neto pontua que, com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), discute medidas que devem ser adotadas, haja vista que o órgão ministerial move desde 2008 uma ação civil pública elencando os problemas estruturais dos cemitérios. A proposta é que, até o fim da gestão de Sandro Mabel (UB), todas as intervenções para reparação e conservação das unidades estejam concluídas. “Primeiro, fizemos um planejamento estratégico. Visitamos todos, levantamos os dados. E a gente vai transformar os cemitérios em espaços dignos, preservados, respeitosos. Claro que os resultados obtidos ainda não correspondem às expectativas da sociedade, mas é um avanço significativo. Até o final do mandato, as melhorias vão estar implantadas. Mas, durante, a população já vai sentir a diferença, mesmo que não seja o ideal.”

Sobre o muro inacabado no Cemitério Parque, o secretário aponta que está articulando com a Comurg a retomada da intervenção. A companhia foi citada por ter sido a responsável pelo início da reforma no local, ainda em outubro de 2022. Logo depois, a intervenção foi interrompida pela metade. Nas proximidades do muro, é possível ver materiais de construção abandonados. “A gente fez o levantamento do que foi feito, do que resta para fazer. Ainda está em trâmite para retornar”, alega.

A Comurg diz, em nota, que a limpeza nos quatro cemitérios públicos municipais de Goiânia está em andamento. “Atualmente, as equipes da Comurg atuam nos cemitérios Santana e Parque, realizando roçagem do mato, limpeza das vias, remoção de entulhos e pintura de meio-fio”, cita. Logo, os serviços devem chegar aos cemitérios Vale da Paz e Jardim da Saudade, situado nas proximidades da GO-060. “A última força-tarefa de zeladoria em todos os cemitérios foi realizada em maio”, complementa a companhia.

<h3>Notificações</h3>

No edital de notificação dos proprietários com sepulturas em estado de abandono, consta que, “caso não seja cumprida a obrigação no prazo estipulado, fica desde já advertido que será aplicada a penalidade da perda do direito de concessão”. Conforme Neto, contudo, cada caso será avaliado individualmente. “A gente não acredita que esse descumprimento vá ocorrer, porque há pessoas que ainda nem foram informadas e que já nos procuram para resolver a situação. Caso aconteça, vamos resolver pontualmente. A intenção da Prefeitura não é penalizar, mas chamar a população para ver o que está sendo feito e observar a atual situação do jazigo, do túmulo dela.”

Cemitérios públicos de Goiânia seguem em situação precária

Gestão

A Prefeitura de Goiânia não conta com itens básicos, como cimento, areia e tijolos, para realizar sepultamentos nos cemitérios municipais. Para promover os enterros, a administração municipal tem dependido de doações e vaquinhas para a aquisição de materiais. Ao mesmo tempo, situação de abandono facilita violação de túmulos em locais como Cemitério Parque, no Setor Gentil Meireles. De acordo com o Paço Municipal, uma compra emergencial de materiais para realizar os sepultamentos está em andamento enquanto a administração aguarda uma licitação ser realizada.&nbsp;

A reportagem esteve no Cemitério Parque nesta sexta-feira (9) e se deparou com um cenário que não é surpresa para quem frequenta o local nos últimos anos: mato alto em alguns pontos, o muro do cemitério ainda inacabado e ossos humanos expostos. Em entrevista ao POPULAR, o titular da Secretaria de Gestão de Negócios e Parcerias (Segen), José Silva Soares Neto reconheceu a situação precária do cemitério.

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Ele afirma que assim que assumiu a pasta, encontrou os cemitérios da capital sem nenhum tipo de contrato de manutenção. De acordo com ele, foi avaliada a possibilidade de realizar uma licitação. Entretanto, considerando a urgência da necessidade dos materiais, a ideia foi descartada por se tratar de um processo demorado. “Tem dinheiro? Até que tem, mas não tem como comprar. Em cinco meses de governo não tem como fazer uma licitação”, diz.&nbsp;

Neto assumiu a Segen no dia 12 de março. No dia 25, abriu um processo para a aquisição emergencial de itens como cimento, vergalhões (usados na construção das tampas dos túmulos), tijolos, dentre outros materiais usados nos sepultamentos. A compra tem custo de R$ 62 mil e a expectativa é de que os materiais durem cerca de seis meses, quando uma licitação que está em curso na Secretaria Municipal de Administração (Semad) para a aquisição desses itens deve ser celebrada. Entretanto, um mês depois da abertura do processo de aquisição emergencial, a compra ainda não foi concluída. A projeção é de que isso ocorra em até duas semanas.&nbsp;

Até lá, os enterros nos cemitérios públicos da capital têm sido feitos usando materiais doados à Prefeitura e também bancados por meio de vaquinhas realizadas entre secretários da atual administração. “Pedi há uns 15 dias, porque a gente não estava dando conta de comprar. Pedi para a Seinfra (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana) e ela nos arrumou um caminhão de areia. Estamos nessa situação”, defende Neto.

Enquanto os sepultamentos ocorrem neste contexto de dificuldade, outro problema engrossa o caldo de desafios dos cemitérios goianienses: túmulos em más condições, muitas vezes depredados e violados. De acordo com o decreto 2.813/2019, no que diz respeito aos cemitérios Parque e Santana, cabe à Prefeitura “manter a segurança, higiene/limpeza permanente da área e instalações do cemitério”, ficando sob a responsabilidade da família a conservação dos túmulos. Considerando isso, Neto afirma que a Prefeitura vai levantar os túmulos que estão em más condições e notificar os responsáveis. Decorrido o prazo de 90 dias após a notificação para a execução das obras de conservação, o terreno abandonado será revertido ao município sem direito a reclamação ou indenização caso os reparos não sejam realizados.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/cemiterio-pretende-exumar-mais-de-400-tumulos-em-senador-canedo-1.3258296" target="_blank">Cemitério pretende exumar mais de 400 túmulos em Senador Canedo</a> 
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<a href="https://opopular.com.br/cidades/cemiterios-em-goiania-sofrem-com-abandono-1.3245676" target="_blank">Cemitérios em Goiânia sofrem com abandono</a></div>

Apesar de a responsabilidade dos túmulos ser das famílias, a Prefeitura não tem promovido a manutenção adequada dos cemitérios municipais, o que interfere diretamente no cuidado com os jazigos. Em 26 de março, reportagem do POPULAR mostrou a situação de abandono dos cemitérios municipais de Goiânia. A falta de segurança e a infraestrutura deteriorada do Cemitério Parque foram evidenciadas. O local não possui muros e está desde o ano de 2022 em reforma por conta dessa questão. Porém, até hoje a obra não foi finalizada.&nbsp;

Sobre o muro, Neto diz que ainda não há solução concreta, mas explica que existe a possibilidade de licitar uma obra para resolver o problema. De qualquer forma, ele destaca que o muro do local é baixo, o que não impediria a entrada de pessoas. “Qual medida que a gente tomou? Comunicamos à guarda municipal e pedimos patrulhamento (...) A gente entende que, independente do muro estar pronto ou não, é a medida que vai surtir maior efeito”, afirma.

O caso de precarização do Cemitério Parque já é antigo. Em dezembro de 2024, o mostrou o caso da jornalista e advogada Janete Ferreira Rodrigues Silva, que encontrou o túmulo da mãe destruído logo após o Dia de Finados. Janete movimentou um processo contra a administração do cemitério alegando vandalização da sepultura, visto que ela tinha ido visitar o jazigo da mãe no dia anterior ao caso e o túmulo estava intacto.

Na época, Janete foi informada de que a causa da destruição advinda de desastres naturais e não de violação, por isso a administração não quis se comprometer com a restauração do local. Ela insistiu no processo judicial e, nesta sexta, foi feita perícia no túmulo para constatar se os restos mortais da mãe dela ainda estavam enterrados ali. O médico legista concluiu que nenhuma parte do corpo da mulher sepultada em 2021 havia sumido. Entretanto, o túmulo continuava depredado.&nbsp;

Os resultados da perícia serão anexados ao processo e auxiliarão o juiz a definir se a violação da sepultura é de responsabilidade de Janete ou da Prefeitura. Após a exumação ocorrida nesta sexta, a administração do cemitério consertou o túmulo da mãe de Janete, o que, segundo Neto, será feito nos jazigos onde for constatado que houve depredação. "Isso que eles fizeram hoje já poderia ter ocorrido antes, para que não houvesse nenhum risco de subtração de restos mortais. Mas mesmo assim eu preciso fazer a reforma”, finaliza Janete.

Prefeitura de Goiânia não tem materiais para fazer sepultamentos

Crise

A Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) ganhou mais seis meses para concluir as obras de reforma do Cemitério Parque. O contrato – no valor de R$ 5,8 milhões - foi prorrogado até o final de outubro deste ano pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (SEDHS). Entretanto, no ritmo que está indo, com a equipe de 11 servidores e considerando que não falte material e equipamento, a previsão dos mesmos é que o serviço fique pronto apenas em 2024. O prazo inicial era para entregar agora, nesta semana.

O contrato com a SEDHS é um dos que estão sob investigação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) aberta pela Câmara Municipal para apurar supostas irregularidades na Comurg, a CEI da Comurg. Isso porque é pelo menos um dos três casos em que a companhia recebeu adiantado uma parcela do valor pactuado, antes mesmo de começar os trabalhos. No mesmo dia em que o contrato foi assinado, a Comurg recebeu R$ 2,9 milhões, conforme revelou com exclusividade O POPULAR no dia 9 de março, e isso, para os vereadores, está irregular.

A SEDHS havia anunciado a intenção de contratar a Comurg ainda em agosto para o serviço, porém demorou quase três meses para concretizar a assinatura do documento. A iniciativa se deu após o abandono do serviço por uma empresa privada contratada anteriormente e também como estratégia para reforçar o caixa da companhia, que viveu uma grave crise financeira em 2022.

Em depoimento na CEI, o ex-diretor administrativo da SEDHS, Eduardo Carvalho, disse que a própria companhia que fez o pedido da antecipação dos pagamentos. Já o ex-diretor administrativo e financeiro da Comurg, Ricardo Itacarambi, confirmou aos vereadores que estes recursos foram usados, na verdade, para pagamento de folha de funcionários e até para compra de uniformes.

Atualmente a equipe da Comurg trabalha em duas frentes, uma na construção do novo muro do cemitério e outra na reforma das edificações onde ficam a sala de velório e a capela. O contrato prevê serviços de engenharia para reforma em geral e adequação elétrica, estrutural, hidráulica e arquitetônica do local. Nesta sexta-feira (28), os servidores estavam trocando o telhado da sala de velórios.

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Conforme O POPULAR apurou, a intenção da companhia é acelerar os trabalhos no muro nos fundos do cemitério para que eles possam começar logo as obras na Rua São Domingos, onde fica parte frontal. Para isso, existe a promessa do envio de mais duas equipes com até 16 pessoas para acelerar os trabalhos neste momento. Estes dois novos grupos estão atualmente mexendo com a revitalização de praças, um outro contrato também atrasado da Comurg com a Prefeitura de Goiânia.

O principal problema para a velocidade da obra atualmente seria a quantidade de servidores, visto que não tem havido interrupção nem problemas com fornecimento de material. O POPULAR apurou que situações específicas que exigem um quadro muito técnico têm sido resolvidas com envio pontual de profissionais de secretarias do executivo, em vez de ser alguém contratado pela Comurg.

Em nota, a Prefeitura informa que o cronograma inicial foi elaborado conforme projetos básicos, mas se trata de uma obra extensa que “está à mercê de intempéries e chuvas atípicas, que caíram desde novembro de 2022”. “O status da obra encontra-se em andamento, segue projetos básicos e executivos estabelecidos no contrato e seus anexos”, informou o Paço.

Oficialmente, as obras começaram no dia 31 de outubro. Por ser uma empresa pública, a Comurg foi contratada pela SEDHS sem licitação. A Prefeitura de Goiânia detém 97% das ações da companhia, mas mesmo assim a companhia nestes casos é tratada como uma prestadora de serviços. A reforma do muro é uma novela que se arrasta desde 2019, quando foi contratada uma empresa particular que largou a obra com 20% dela realizada.

Outros contratos

Ao todo a Comurg assinou cinco contratos com a Prefeitura para a realização de dezenas de obras, que vão de revitalização de praças a reforma de imóveis usados pela assistência social municipal. Destes, três estão atrasados, um avança devagar e outro ainda não teve a ordem de serviço assinada. Há também um para coleta de lixo, gestão de aterro sanitário, limpeza urbana e de espaços públicos, que historicamente é o que a população associa como tarefas da companhia.

Dos contratos para obras, o mais crítico é o assinado em junho do ano passado, no valor de R$ 12 milhões para reforma e construção de praças e quadras esportivas com recursos de emendas impositivas dos vereadores. O prazo era até o dia 8 de fevereiro e a última informação é do dia 7 de abril, quando das 50 obras previstas apenas 21 estavam prontas. Apesar disso, a Comurg já recebeu até outubro 91% do valor do contrato.

Neste caso, não foi feito nenhum aditivo dando mais tempo para a conclusão, e o executivo não notificou a empresa sobre a irregularidade. Os trabalhos seguem avançando, mas com bastante lentidão. “A Comurg não recebeu nenhuma notificação referente ao contrato e segue com os serviços, a fim de finalizar todas as demandas contratuais”, informou o Paço.

Já em relação à Praça do Trabalhador, cujo contrato foi assinado também em junho em situação similar à do Cemitério Parque, com a Comurg assumindo um serviço abandonado por uma empresa particular, a Prefeitura garante que todas as obras e serviços de construção civil de responsabilidade da Comurg já foram finalizados.

Entretanto, antes da inauguração seria preciso concluir a implantação da subestação de energia pela Equatorial, e com isso não seria possível informar uma data. “Tal implantação segue um cronograma de execução, no entanto não é possível prever o rendimento e desempenho antecipado.”

O contrato assinado com a Secretaria Municipal de Relações Institucionais (SRI) no dia 28 de dezembro para realização de 80 obras com verbas de emendas impositivas no valor total de R$ 12 milhões ainda não teve nenhuma ordem de serviço assinada, segundo o Paço, mesmo passados quatro meses. Não foi informado o motivo do atraso.

Já em relação ao contrato assinado em novembro com a SEDHS para reforma dos 14 imóveis do Centro de Referência em Assistência Social (Cras), as obras estariam sendo feita em três unidades (Baliza, Recanto do Bosque e Vila Redenção) e a companhia tem mais sete meses para entregar tudo. Este caso é outro pelo qual a Comurg recebeu de forma antecipada. Foram pagos R$ 5,18 milhões logo após a assinatura do acordo, equivalente a 50% do total.

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