Crônicas de Rogério Borges Há muito acompanho as crônicas de Rogério Borges com muita satisfação. No dia 31 de outubro deparei-me com a crônica “O Homem que adorava a morte” . Como sempre, Rogério impressiona os leitores com temas inusitados. Então aí está: O Homem que adorava a morte. Isso é possível? Com Rogério sim. Enquanto todos tentavam fugir da morte, o personagem saía em seu encalço. Ironicamente ele queria ver a atuação da mesma sem, contudo, ser atacado por ela. O interesse dele era presenciar o sofrimento e a dor. Nada de morte natural. Crimes, acidentes e catástrofes eram bem-vindos. Não satisfeito com sua atuação, parabenizava os autores de tamanhas crueldades. Quanto mais cadáveres, mais excitação. Dando continuidade à leitura cheguei a imaginar que o personagem era o diabo. Terminada a leitura, lembrei-me de um romance de José Saramago: “As intermitências da morte”. Nele, a personagem central é a morte. E é ela que decide quem vai morrer e quando. Mas de repente, tudo muda porque a morte apaixona-se por um violoncelista. Na crônica de Rogério, o personagem quer comandar a atuação da morte. Não consegue e é castigado de uma forma inimaginável.