Goiás Esporte Clube Na década passada, fui conselheiro do Goiás Esporte Clube. Observei que uma grande maioria era subserviente a tudo que viesse da diretoria. Sempre fui fiel aos meus valores e votava conforme eles ditavam. Felizmente não era mais conselheiro quando aprovaram a mudança do estatuto, permitindo a gerência do clube por um Conselho Administrativo. Teria votado contra. “Cão que não tem dono, é vira-lata de rua”. Futebol é emoção e coração. Um conselho, remunerado, é só razão. Não sofre como torcedor. Só pensa em resultados para garantir sua permanência. Se ganhar, tudo bem, se perder, amém! No final do mês suas contas serão acrescidas de mais um salário. Quanta saudades do Hailé, que conheci em meados de 1953, lá na esquina da Avenida Goiás com a Independência, seu escritório de origem. Com ele, o Goiás cresceu, virou o rei do Centro-Oeste por quase três décadas. Lembro-me que sempre dizia. “O Goiás ainda está crescendo, mas não é grande.” Hoje amarga derrotas e mais derrotas, que o deixariam envergonhado. Aliás, se estivesse vivo, o Goiás não seria esse time de submissos, sem brio, sem calor, sem coração, abaixando a cabeça para clubes de menor expressão. Sim. Nem a diretoria, nem o conselho, nem o técnico entram em campo. São eles, religiosamente pagos no final do mês, com salários fora do padrão de outros trabalhadores por oito a dez horas de trabalho pesado. São alimentados, bem tratados, hóspedes dos melhores hotéis, tudo ao custo de milhares de reais. O que fazem? Fingem que jogam, porque não gostam do técnico. Isso é falta de caráter. Como o clube não pode demitir 30 atletas, demite o técnico. Sempre serei Goiás até morrer! Minha esperança é que ele não morra antes de mim. A continuar da forma como nos últimos três anos, não dando conta nem de ganhar do seu maior rival, o fim começou a se desenhar. Ainda é tempo de repensar um novo Goiás. O antigo morreu junto com Hailé do Goiás Pinheiro.