Números publicados pela jornalista Fabiana Pulcineli, na segunda-feira (2), neste jornal, permitem olhar com profundidade para o transporte coletivo da grande Goiânia, de 2010 até a atualidade. De acordo com dados do Anuário da SET/2015 e da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) o número de validações (liberação de catracas) caiu de 229,5 milhões, em 2010, para 130,4 milhões em 2024. Uma impressionante queda de 43,1% no mesmo período em que a frota de veículos da capital passou de 870.900 para 1.372.156 (+56,7%) e em que a população goianiense aumentou de 1.302.001 habitantes para 1.494.599 (+14,79%). Para entender o que aconteceu é necessário voltar a 2013. Em maio daquele ano houve três protestos de usuários do transporte coletivo em Goiânia contra o reajuste de 20 centavos no preço das tarifas, movimento que se repetiu em várias capitais e que desencadeou a jornada de junho de 2013. O descontentamento do goianiense estava sedimentado pela superlotação dos ônibus, na longa espera nos pontos, infraestrutura e frotas precárias. A expressão “não é pelos 20 centavos”, bordão daqueles protestos em todo o país, nasceu dessa indignação.