<img attr-cid="policy:1.3315420" attr-version="policy:1.3315420:1758572691" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3315420/Proporção para foto do site - 2025-09-22T172334.714.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Senadores Jorge Kajuru (PSB) e Vanderlan Cardoso (PSD) (Reprodução / Senado Federal)

Os senadores Jorge Kajuru (PSB) e Vanderlan Cardoso (PSD) são contrários à&nbsp;<a href="http://opopular.com.br/politica/camara-aprova-pec-que-da-blindagem-inedita-ao-congresso-em-resposta-ao-stf-1.3313277" target="_blank">PEC da Blindagem</a>, que será analisada nesta quarta-feira (24) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Vanderlan é vice-presidente da CCJ e Kajuru suplente do Bloco Parlamentar, formado por PSB e PSD. Como suplente, Kajuru poderá votar, mas Vanderlan está de licença do mandato e não votará.

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O senador em exercício Pedro Chaves (MDB) não vota na Comissão. Já o senador Wilder Morais (PL) não revelou sua posição. Ele não é membro da CCJ, mas terá de votar caso a proposta seja apreciada pelo plenário. Segundo levantamento do jornal O GLOBO, 17 dos 27 integrantes da CCJ devem votar contra a PEC.

Já 51 dos 81 senadores declararam voto contrário à emenda. A emenda, aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados criando dificuldades para abertura de ação penal contra os parlamentares, precisa de 49 votos para ser aprovada pelo plenário. Wilder de Moraes está entre 20 senadores que não responderam aos levantamentos da imprensa. A CBN Goiânia também procurou a assessoria do senador nesta segunda-feira, mas não obteve resposta.

“A PEC tira do Judiciário a autonomia para julgar parlamentares e – completo absurdo – até presidentes de partidos políticos. É antidemocrático, cria uma categoria de cidadãos diferentes dos demais brasileiros”, escreveu Kajuru em um post publicado em suas redes sociais. Vanderlan já tinha se manifestado contra a emenda. Nesta segunda-feira (22) ele disse que conversou com o presidente da CCJ, Oto Alencar (PSD/BA), e com outros colegas e afirmou que a PEC será derrotada na quarta-feira.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/camara-aprova-pec-que-da-blindagem-inedita-ao-congresso-em-resposta-ao-stf-1.3313277" target="_blank">Câmara aprova PEC que dá blindagem inédita ao Congresso em resposta ao STF</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/deputados-federais-goianos-evitam-se-posicionar-nas-redes-sobre-pec-da-blindagem-1.3313721" target="_blank">Deputados federais goianos evitam se posicionar nas redes sobre PEC da Blindagem</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/apos-silvye-pedir-desculpas-por-voto-em-pec-gayer-ironiza-1.3314730" target="_blank">Após Silvye pedir desculpas por voto em PEC, Gayer ironiza</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/manifestantes-em-goiania-iniciam-protesto-contra-a-pec-da-blindagem-1.3315042" target="_blank">Manifestantes em Goiânia iniciam protesto contra a PEC da Blindagem</a></div>

O senador Alessandro Vieira (MDB/SE) será o relator da PEC e também anunciou sua posição contrária ao texto que provocou indignação nacional e mobilizou a sociedade e partidos de esquerda nas manifestações deste domingo em todo o Brasil.

O PL, partido do senador Wilder, foi o que mais votos deu à aprovação da PEC na Câmara dos Deputados. Todos os 83 deputados presentes na sessão votaram favoravelmente. Além do PL, Republicanos e PRD também deram a totalidade dos votos à emenda. A blindagem e a aprovação do requerimento de urgência para a anistia aos golpistas, patrocinados pela direita e pelo Centrão, reativaram os movimentos de esquerda no Brasil.

Em Goiânia, por exemplo, <a href="https://opopular.com.br/politica/manifestantes-em-goiania-iniciam-protesto-contra-a-pec-da-blindagem-1.3315042" target="_blank">milhares de pessoas se reuniram na Praça Universitária</a>, uma manifestação que há muito não acontecia na cidade. Não há uma contagem dos presentes, mas imagens realizadas com drones mostram a Praça Universitária tomada por manifestantes, assim como alguns quarteirões da Avenida Universitária. Houve manifestações em todas as capitais brasileiras, com destaque para as duas maiores, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

As pesquisas de opinião pública apontavam que boa parte dos brasileiros reprovavam a anistia aos golpistas e o perdão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Pesquisa Quaest divulgada dia 16 indicou que 41% dos brasileiros são contra a possibilidade de anistia, contra 36% que são a favor. Levantamento do AtlasIntel/Bloomberg, este do dia 17, mostrou que 57,3% dos brasileiros eram contra a anistia "ampla, geral e irrestrita". Os deputados federais ignoraram esses dados e aprovaram duas medidas impopulares e receberam respostas das ruas neste domingo.

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Dois senadores goianos são contra PEC da Blindagem; Wilder não revela voto

Opinião

Opinião - título

Cileide Alves

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Matéria - Opinião - Cileide

CHEGA PRA CÁ

POP_SylvieBlindagem_190925

Webstories - Silvye anuncia saída do União Brasil

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<div attr-cid="policy:1.3314262" attr-version="policy:1.3314262:1758278476" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3314262" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3314262', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3314262">POP_SylvieBlindagem_190925 (1.3314262)</a></div>

<a href="https://opopular.com.br/politica/silvye-pede-desculpas-por-votac-es-a-favor-da-pec-da-blindagem-1.3314238" target="_self">O vídeo da deputada federal Silvye Alves (UB) pedindo desculpas</a> ao eleitor por ela ter votado a favor da PEC da Blindagem, na terça-feira (16), na Câmara dos Deputados revela o descompasso que há entre o mandato parlamentar e o eleitor. A deputada só se manifestou nas redes sociais na quinta-feira (18), dois dias depois da votação, quando a repercussão negativa já estava muito intensa (assista acima).

Ouça reportagem da CBN Goiânia:&nbsp;<a href="https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/plural/silvye-alves-anuncia-saida-do-uni-o-brasil-1.3314331" target="_self">Silvye Alves anuncia saída do União Brasil</a>

Ela então se desculpou, disse que no início da noite da aprovação tinha decidido votar contra, mas que se “acovardou” depois de ter recebido ligações a ameaçando de “retaliações”. Posteriormente à divulgação do vídeo a assessoria da deputada informou em nota que ela <a href="https://opopular.com.br/politica/deputada-silvye-alves-anuncia-que-vai-deixar-uni-o-brasil-apos-ser-pressionada-em-votac-o-da-pec-da-blindagem-1.3314259" target="_self">deixará o União Brasil </a>na janela partidária para deputado federal, em abril de 2026, sugerindo uma relação da mudança com o acontecido.

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A CBN Goiânia convidou a deputada, para conceder entrevista ao quadro Plural, nesta sexta-feira (19), mas foi informada por sua assessoria que ela só se manifestará “no momento oportuno”. Esta colunista apurou, contudo, que as conversas de Silvye Alves para mudar de partido são anteriores à votação da PEC da Blindagem e têm relação com formação de chapas competitivas para reeleição e não com uma possível desavença entre ela e a direção de seu partido nesta semana.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/deputada-silvye-alves-anuncia-que-vai-deixar-uni-o-brasil-apos-ser-pressionada-em-votac-o-da-pec-da-blindagem-1.3314259" target="_self">Deputada Silvye Alves anuncia que vai deixar União Brasil após ser pressionada em votação da PEC da Blindagem</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/silvye-pede-desculpas-por-votac-es-a-favor-da-pec-da-blindagem-1.3314238" target="_self">Silvye pede 'desculpas' por votações a favor da PEC da Blindagem</a></div>

<div attr-cid="policy:1.3314370" attr-version="policy:1.3314370:1758292748" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3314370" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3314370', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3314370">Webstories - Silvye anuncia saída do União Brasil (1.3314370)</a></div>

A deputada mantém conversas em especial com o Republicanos. Presidido pelo deputado federal Marcos Pereira (SP), o partido tenta atrair Silvye e o deputado federal Zacharias Calil (UB). Zacharias quer ser candidato a senador e tem dificuldade de consolidar esse projeto no União Brasil em função da candidatura da primeira-dama Gracinha Caiado, também para senadora.&nbsp;

Importante também ressaltar que o pedido de desculpas de Silvye, a justificativa de que cedeu a pressões e o anúncio de mudança partidária não encerram as controvérsias sobre seu voto a favor da PEC. É que a deputada teve a oportunidade de votar três vezes e nas três vezes foi a favor da blindagem: no primeiro turno e no segundo turno, na terça-feira, e na emenda que definiu o voto secreto para deputados autorizarem ação judicial ou a prisão de deputado federal, na quarta-feira (17).

Faltou transparência por parte da parlamentar. Ela prestaria serviço melhor a si própria, a seu mandato, e a seu eleitor, se contasse de fato o que que aconteceu, como e quem foram os personagens desta história não contada.

<img attr-cid="policy:1.3314237" attr-version="policy:1.3314237:1758281574" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3314237/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Deputada federal Silvye Alves (UB): “erro gravíssimo” nas três votações que envolveram a PEC da Blindagem (Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

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Silvye pediu desculpas, mas omitiu acontecimentos

Chega pra Cá

<div attr-cid="policy:1.3314262" attr-version="policy:1.3314262:1758278476" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3314262" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3314262', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3314262">POP_SylvieBlindagem_190925 (1.3314262)</a></div>

Diante da repercussão negativa e de cobranças nas redes sociais, a deputada federal Silvye Alves (UB) pediu “desculpas” aos eleitores pelo <a href="https://opopular.com.br/politica/pec-da-blindagem-vai-dar-imunidade-a-deputados-estaduais-1.3313746" target="_self">voto favorável à PEC da Blindagem, na Câmara dos Deputados.</a> A parlamentar afirma que cometeu “um erro gravíssimo” ao se posicionar, em duas votações, a favor do texto que pretende criar novas imunidades aos próprios deputados e senadores.

A matéria prevê que a abertura de processos contra os parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF) só poderá ocorrer com prévia autorização dos próprios deputados ou senadores, a depender de cada caso. Além dos dois turnos em plenário, Silvye ainda foi favorável à manutenção do voto secreto para uma eventual autorização.

“Vim aqui, humildemente, pedir desculpas aos meus eleitores. Eu cometi um erro gravíssimo durante a votação da PEC da Blindagem. Eu fui contra tudo aquilo que eu defendo e acredito”, afirmou a deputada.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/deputada-silvye-alves-anuncia-que-vai-deixar-uni-o-brasil-apos-ser-pressionada-em-votac-o-da-pec-da-blindagem-1.3314259" target="_self">Deputada Silvye Alves anuncia que vai deixar União Brasil após ser pressionada em votação da PEC da Blindagem</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/pec-da-blindagem-vai-dar-imunidade-a-deputados-estaduais-1.3313746" target="_self">PEC da Blindagem vai dar imunidade a deputados estaduais</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diverge-do-partido-e-faz-criticas-a-pec-da-blindagem-1.3314236" target="_self">Caiado diverge do partido e faz críticas à PEC da Blindagem</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/urgencia-do-projeto-de-anistia-como-votaram-os-deputados-goianos-1.3313845" target="_self">Urgência do projeto de anistia: como votaram os deputados goianos</a></div>

Silvye alegou, em vídeo postado nas redes sociais, que chegou a registrar voto contra a PEC no início da primeira votação, mas que alterou o posicionamento ao longo da apreciação. “A partir desse momento, eu comecei a receber muitas ligações de pessoas influentes do Congresso Nacional, se é que vocês me entendem”, disse.

“Ligaram dizendo da votação contra e que eu sofreria retaliações. Enfim, não sei que tipo de retaliações um deputado federal sofre ou poderia sofrer dentro da Câmara. Eu fui covarde e cedi à pressão. Por volta de 23h eu mudei o meu voto. Eu não tive força naquele momento para fazer o correto e quero pedir perdão para vocês”, seguiu a parlamentar.

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Silvye ainda tentou minimizar os desgastes políticos. “Me desculpem, porque eu não queria deixar esse registro na minha passagem na política. Ainda mais uma pessoa que tem tantos projetos pela frente”.

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Silvye pede 'desculpas' por votações a favor da PEC da Blindagem

Política

Política - título

Matéria - Política

Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16) em dois turnos a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Blindagem, que amplia o foro especial e protege parlamentares não só em relação a investigações criminais, mas abre também brecha na área cível, algo inédito.

No primeiro turno, foram 353 votos a favor e 134 contra o texto principal, além de uma abstenção. No segundo turno, o placar foi de 344 a 133. Os deputados ainda votarão destaques que podem retirar partes do texto.

Depois, a proposta segue para o Senado, onde precisa ser aprovada também em dois turnos no plenário para ser promulgada e passar a valer.

No primeiro turno, a Câmara tornou secreta a votação para autorizar a prisão de deputados federais e senadores. O PSOL pediu que esse trecho fosse excluído, para que a população saiba como cada congressista votou nesses casos, mas foi derrotado por 322 votos a 147.

Os deputados também aprovaram estender o foro especial para os presidentes de partidos políticos com representação no Congresso, mesmo que não tenham mandato parlamentar. Foram 317 votos a 156.

Patrocinado pelo centrão como reação às dezenas de investigações sobre desvio de emendas parlamentares no STF (Supremo Tribunal Federal), o texto contém uma blindagem mais ampla do que a original estabelecida na Constituição de 1988 e que havia sido derrubada em 2001 devido à pressão popular contra a impunidade.

Os alvos do centrão, grupo de direita e centro-direita que tem maioria na Câmara, são as mais de 80 investigações no STF envolvendo suspeita de corrupção em verbas das emendas parlamentares, que movimentam a cada ano cerca de R$ 50 bilhões.

Além disso, deputados argumentam que a medida busca fortalecer o Parlamento diante do Poder Judiciário, alvo de reclamações por, por exemplo, derrubar leis aprovadas.

O texto, chamado pelos deputados de PEC das prerrogativas, tem como principal ponto dar ao Congresso o poder de barrar processos criminais no STF contra parlamentares ao exigir licença prévia do Legislativo. Essa autorização terá de ser deliberada pela respectiva Casa em até 90 dias a contar do recebimento da ordem do Supremo, em votação secreta.

Hoje o foro especial de deputados e senadores diz respeito apenas a investigações e processos relativos a crimes cometidos no exercício do mandato e em função dele. Não há necessidade de autorização para o STF abrir processo e também não há foro especial na área cível.

A PEC diz que medidas cautelares contra congressistas só podem ser autorizadas pelo STF, o que abre a possibilidade de que mesmo atos tomados em ações de improbidade (cíveis) tenham que ter autorização da corte.

Presidente de partidos políticos também terão foro especial, ou seja, serão julgados pelo STF. A mudança beneficia dirigentes como o do PL, Valdemar da Costa Neto, e do União Brasil, Antonio Rueda.

Especialistas afirmam que caso seja aprovada definitivamente pela Câmara e Senado, a PEC sustará os processos em andamento assim que for promulgada, já que emendas constitucionais têm efeito imediato e não há regra de transição estabelecida na atual PEC.

Em 2022, o STF decidiu que o abrandamento na Lei de Improbidade feito pelo Congresso no ano anterior valia para os casos em andamento, não se aplicando apenas aos processos já julgados de forma definitiva.

Apesar desse precedente, a suspensão na prática será definida pelo próprio STF, que deverá ser provocado a se pronunciar sobre a aplicabilidade da emenda. A corte pode, inclusive, considerar inconstitucional a PEC, revogando sua eficácia.

Em uma manobra para aprovação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a liberar a participação remota dos deputados, o que não é comum às terças-feiras.

Para aprovar uma PEC, é necessário o apoio de 308 dos 513 deputados federais. Se passar nas duas Casas, ela é promulgada pelo próprio Congresso e entra em vigor, não cabendo sanção ou veto presidencial.

A PEC teve o apoio da maioria dos partidos. Apenas PT, PSOL, PC do B, Rede e Novo votaram contra de forma unânime ou majoritária.

O governo Lula (PT) liberou a bancada após um acordo com o centrão para aprovar a PEC em troca de apoio para barrar a proposta de ampla anistia aos condenados pela trama golpista, incluindo Jair Bolsonaro (PL).

No total, 12 deputados do PT votaram a favor e 51 contra. O líder de governo, Odair Cunha (PT-MG), votou a favor.

Por esse acordo articulado por Motta, a anistia ampla seria derrotada em votação nesta quarta-feira (17) e haveria uma saída de meio-termo: a redução das penas dos envolvidos nos ataques golpista de 8 de Janeiro, incluindo a do ex-presidente e dos outros sete condenados pelo STF na semana passada.

O relator da PEC, Cláudio Cajado (PP-BA), defendeu as prerrogativas parlamentares afirmando que elas são garantias constitucionais para que os deputados "possam exercer sua independência sem temer perseguições políticas".

Motta, por sua vez, também mostrou-se favorável, dizendo que trata-se de "autonomia dos mandatos" e que muitos deputados reclamam sobre desrespeito às prerrogativas. "Não é uma pauta de governo ou de oposição, do PT ou do PL, da esquerda ou da direita", disse.

O presidente da Casa afirmou ainda que a PEC não tem "novidades ou invencionismos" em relação ao texto de 1988, apesar do ampliação do conceito de foro e a brecha para o avanço na área cível.

No plenário, o deputado bolsonarista Zé Trovão (PL-SC) admitiu a expectativa do PL de que, ao aprovar a PEC, o apoio do centrão à anistia ampla seria concretizado —contrariando o acordo contra o perdão que envolve Motta e o governo. "O que está sendo votado hoje está sendo votado para que amanhã seja votada a anistia", disse.

O bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que não se trata de blindagem e que deputados são perseguidos por suas falas. Na mesma linha, o bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) disse que a PEC representa o fim da chantagem do STF. Já deputados da esquerda apelidaram a PEC de "bandidagem" ou "malandragem".

"Virou PEC, sim, da blindagem, da bandidagem, da autoproteção, da couraça, do escudo, da carcaça, da casta, do corporativismo, da impunidade, da armadura e da vergonha, ou falta de vergonha. Eu tenho muitos mandatos aqui e nunca vi tamanho descaramento", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

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Câmara aprova PEC que dá blindagem inédita ao Congresso em resposta ao STF

Foro especial

A maior parte da bancada goiana no Congresso Nacional reagiu com críticas ao julgamento que condenou Jair Bolsonaro (PL), mas evitou ataques diretos ao Supremo Tribunal Federal (STF). À exceção de integrantes bolsonaristas, os parlamentares apontam dificuldades para a aprovação da proposta de anistia ampla, geral e irrestrita tanto aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 quanto aos sentenciados pelo Supremo por tentativa de golpe de estado.

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Segundo deputados federais ouvidos pela reportagem, a provável pressão de manifestações dos apoiadores de Bolsonaro poderá ter impacto sobre a pauta de votações no Legislativo, mas, mesmo assim, a maior chance seria de apreciação de texto alternativo, mais brando e que não inclua afronta direta às condenações definidas pelo STF.

Os parlamentares bolsonaristas planejam uma força-tarefa nos próximos dias para aprovar o projeto, enquanto governistas consideram que a tentativa de livrar da punição os envolvidos na trama golpista representa uma afronta à democracia e à decisão do STF. Os opositores pretendem votar a urgência e o mérito do projeto, mas dependem de acordo na reunião de líderes na Câmara dos Deputados, na terça-feira (16).

O deputado federal Ismael Alexandrino (PSD) criticou o julgamento em entrevista ao POPULAR, mas apontou que é preciso voltar à normalidade evitando novos confrontos com o Judiciário. “É um fato lamentável na história do país. Tanto o 8 de janeiro como esse desdobramento dele. O Brasil hoje deve virar essa página e voltar aos trilhos da normalidade, porque o nível de radicalismo da política brasileira é deletério e não ataca os problemas reais”, afirmou.

Neste sentido, o parlamentar avaliou não haver clima para a aprovação de anistia ampla, como pretendem os bolsonaristas. “Minha leitura é de que devem colocar a anista para votar, mas com um texto alternativo, que reduza penas dos agentes e liberte as pessoas que participaram do 8 de janeiro”, afirmou.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-e-condenado-a-27-anos-e-3-meses-de-pris-o-1.3311422" target="_blank">Bolsonaro é condenado a 27 anos e 3 meses de prisão</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-muda-o-tom-para-retomar-a-moderac-o-1.3311827" target="_blank">Caiado muda o tom para retomar a moderação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-lamenta-condenac-o-de-bolsonaro-mas-diz-confiar-na-justica-1.3311412" target="_blank">Caiado lamenta condenação de Bolsonaro, mas diz 'confiar na Justiça'&nbsp;</a></div>

A deputada Marussa Boldrin (MDB) admite que o texto presente no debate atual, de autoria do ex-deputado federal Vitor Hugo (PL), deverá passar por alterações. “Difícil precisar. O processo legislativo deve aprimorar o texto. O debate deve avançar, as penas devem ser revistas pois há um sentimento de que a dose foi exagerada”.

Já Célio Silveira (MDB) aponta que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não tem intenção de incluir na pauta o projeto com perdão amplo aos envolvidos. “O desejo do PL e agora do Centrão é que seja anistia ampla, geral e irrestrita, mas o Hugo tem falado que não será essa, mas outra, para aquele pessoal que estava ali no 8 de janeiro como massa de manobra e tomou pena acentuada”, considera.

Célio Silveira ainda reconhece que “a grande luta” da oposição é que a anistia atinja o ex-presidente Jair Bolsonaro. “O grande objetivo é esse, mas tem uma estrada longa. Na Câmara, não tenho dúvidas de ser aprovado, mas depois tem o Senado e após isso o STF”, disse.

Ismael segue na mesma linha. “Eu tenho a impressão de que é difícil a anistia geral ser aprovada. Até mesmo porque o próprio Supremo já deu demonstrações de que, se passar algo do tipo, será declarado inconstitucional. Então, acho que vão buscar, entre os próprios poderes, algum texto de consenso antes mesmo de pautar, para que não tenha uma judicialização do tema.”

Já José Nelto considera que a condenação não deve ser questionada. “Decisão da Justiça não se discute. Cumpre-se”, afirmou apenas. Sobre a anistia, o parlamentar considerou que a proposta “ainda não foi pautada no colégio de líderes e não tem previsão”. Segundo Nelto, “não tem definição sobre o texto e tudo fica só nos bastidores, nada foi apresentado”, declarou.

Em articulação contra a anistia, o governo federal deve rever indicações para cargos federais dos deputados e senadores que votarem a favor do projeto. O alerta foi passado por integrantes do Palácio do Planalto a ministros e líderes partidários.

A orientação do governo é de oposição ao projeto de lei, e a principal tarefa é evitar que o tema seja levado ao plenário da Câmara. Caso Hugo Motta inclua a matéria, o Planalto pretende usar todos os instrumentos, como rever as indicações e o pagamento de emendas.

Julgamento

Seja em postagens nas redes sociais ou em declarações ao POPULAR, apenas os deputados Gustavo Gayer (PL), Zacharias Calil (UB) e Magda Mofatto (PRD) avançaram com ataques ao Supremo, especialmente a Alexandre de Moraes. Já Ismael Alexandrino, Célio Silveira, Marussa Boldrin e Daniel Agrobom (PL), além dos senadores Wilder Morais (PL) e Vanderlan Cardoso (PSD), criticaram a condenação, mas não trataram o STF como adversário.

Presidente do PL em Goiás, Wilder postou breve texto em que apontou condenação “injusta e dolorosa”, além de citar “perseguição política”. Porém, ao invés de seguir com ataques contra o STF, o senador disse que a intenção seria “calar quem denuncia aquilo que muitos tentam esconder”. E passa a mirar no governo Lula ao citar “o silêncio diante do rombo bilionário no INSS, do prejuízo de R$ 100 bilhões em 2026, do aumento da pobreza e do custo de vida insustentável”.

Sete deputados federais não responderam e não fizeram qualquer publicação sobre a decisão. A líder da bancada federal goiana, Flávia Morais (PDT), preferiu não se posicionar sobre o assunto, assim como Lêda Borges (PSDB), Adriano do Baldy (PP), Professor Alcides (PL), Glaustin da Fokus (Podemos), Silvye Alves (UB) e Jeferson Rodrigues (Republicanos). O senador Jorge Kajuru (PSB) não respondeu por estar internado para tratamento de saúde.

Para Ismael Alexandrino, a conclusão do processo na Primeira Turma não causou surpresa e foi marcada por “falhas processuais graves”. O deputado, assim como apontam Zacharias e Marussa Boldrin, avalia que o julgamento deveria ter ocorrido na primeira instância, como defendeu o ministro Luiz Fux, e, mesmo no Supremo, os passos não deveriam ter sido determinados individualmente por Alexandre de Moraes. “O julgamento foi político e claramente há falhas processuais e constitucionais”, disse Marussa.

Apenas os petistas Adriana Accorsi e Rubens Otoni elogiaram a condenação de Bolsonaro. Adriana assume neste sábado (13) a presidência estadual do PT e apontou que o julgamento da trama golpista foi histórico e as penas “evidenciam a gravidade dos atos”. Segundo a deputada, a decisão é “um marco que inaugura um novo capítulo de verdade, memória e justiça no país”.

Sobre a tentativa de aprovar perdão aos envolvidos, Adriana afirmou entender que “crimes contra a democracia não podem ser anistiados” e garantiu que o governo deve trabalhar contra as propostas de anistia.