O governo estadual encaminhou neste domingo (17) resposta ao jornal O POPULAR à nota do Ministério da Saúde (MS), divulgada no quadro Na Trilha da Polícia, na rádio CBN Goiânia, e por este jornal, na quarta-feira (12). No documento, <a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-da-cileide/em-resposta-a-reclamac-es-de-caiado-ministerio-da-saude-diz-que-aumentou-em-65-recursos-para-goias-1.3336057" target="_self">o MS disse que aumentou em 65,3% os repasses para o governo de Goiás para o custeio do Sistema Único de Saúde</a>, em resposta a reclamações do governador Ronaldo Caiado (UB), cobrando no Supremo Tribunal Federal (STF) um suposto prejuízo para o Fundo Estadual de Saúde relativos aos anos de 2023, 2024 e 2025.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) reconhece “incrementos apontados” pelo ministério, mas observa que eles “não decorrem de uma política estruturada, mas de ações pontuais, isoladas ou de iniciativas próprias do Estado e da bancada federal”, em referência às emendas parlamentares, consideradas eventuais. Para o órgão estadual, a Portaria GM/MS nº 547/2023 foi o único ato de aumento do teto MAC nos últimos sete anos, mas afirma que ele não resultou “de metodologia revisada e transparente” e que “aportou apenas R$ 114 milhões — pouco mais de 2% do orçamento estadual da saúde em 2023”.

A SES alega que o aumento de 65,3% não levou em conta o que considera como “defasagem acumulada de quase 20 anos sem atualização real dos tetos” citando estudos do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). Diz que também não considerou “a expansão da demanda real gerada pelo aumento da oferta hospitalar; a inflação setorial e a defasagem histórica da tabela SUS; e percentuais de aumento estrutural para a manutenção da saúde no estado”.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-da-cileide/em-resposta-a-reclamac-es-de-caiado-ministerio-da-saude-diz-que-aumentou-em-65-recursos-para-goias-1.3336057" target="_self">Em resposta a reclamações de Caiado, Ministério da Saúde diz que aumentou em 65% recursos para Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/sus-pode-ter-perdido-r-7-3-bi-em-vacinas-e-insumos-de-2021-a-2023-diz-cgu-1.3334124" target="_self">SUS pode ter perdido R$ 7,3 bi em vacinas e insumos de 2021 a 2023, diz CGU</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-reforca-criticas-ao-governo-lula-ao-anunciar-ac-o-no-supremo-1.3320302" target="_self">Caiado reforça críticas ao governo Lula ao anunciar ação no Supremo</a></div>

A nota repete as informações alegadas pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) na ação civil ordinária (ACO) proposta no STF, em 2 de outubro. https://opopular.com.br/politica/caiado-reforca-criticas-ao-governo-lula-ao-anunciar-ac-o-no-supremo-1.3320302 Diz que o Estado ampliou fortemente sua rede assistencial entre 2019 e 2025, com 8 novos hospitais, 6 policlínicas e o Hospital Cora, o que elevou em mais de 400% a produção ambulatorial e hospitalar entre 2020 e 2024. Afirma que neste período, o orçamento total da saúde do estado aumentou R$ 2,47 bilhões, enquanto os repasses federais cresceram apenas R$ 252 milhões. “O aumento foi quase dez vezes menor,

mesmo considerando todas as modalidades de transferência, não apenas os recursos de média e alta complexidade”. E que no mesmo período, a participação federal no financiamento da saúde em Goiás caiu proporcionalmente, que o Estado aumentou seu próprio investimento em saúde, acima do teto constitucional de 12%. Segundo a prestação de contas do estado relativa ao quarto bimestre de 2025 esse índice já chegou a 15,35% no período.

<h2>Confira a íntegra da nota da SES</h2>

O Governo de Goiás reafirma que sua ação no STF busca corrigir uma falha estrutural no financiamento federal da média e alta complexidade (MAC): a ausência de uma metodologia clara, transparente e previsível para atualização dos tetos financeiros. Essa lacuna impede o equilíbrio interfederativo e compromete a sustentabilidade das ações e serviços de saúde no Estado.

Apesar dos incrementos apontados pelo Ministério da Saúde, Goiás destaca que:

1. Os aumentos citados não decorrem de uma política estruturada, mas de ações pontuais, isoladas ou de iniciativas próprias do Estado e da bancada federal, como:

<ul>
	<li>emendas parlamentares (incrementais ao MAC e, portanto, não permanentes);</li>
	<li>habilitações de serviços já existentes, e de repasses vinculados;</li>
	<li>programas pontuais, temporários e com prazo determinado, como saúde digital e valorização do trabalho.</li>
</ul>

2. A Portaria GM/MS nº 547/2023, único ato de aumento do teto MAC nos últimos sete anos, não resulta de metodologia revisada e transparente. Aportou apenas R$ 114 milhões — pouco mais de 2% do orçamento estadual da saúde em 2023 — e ainda assim abaixo do necessário, conforme apontado na ação judicial.

3. O Estado ampliou fortemente sua rede assistencial entre 2019 e 2025, com 8 novos hospitais, 6 policlínicas e o CORA, o que elevou em mais de 400% a produção ambulatorial e hospitalar entre 2020 e 2024. Esse crescimento gerou aumento expressivo dos custos operacionais, não compensados pelos repasses federais.

4. Entre 2020 e 2024, o orçamento total da saúde do estado aumentou R$ 2,47 bilhões, enquanto os repasses federais cresceram apenas R$ 252 milhões no mesmo período. O aumento foi quase dez vezes menor, mesmo considerando

todas as modalidades de transferência, não apenas os recursos de média e alta complexidade.

5. No mesmo período, a participação federal no financiamento da saúde em Goiás caiu proporcionalmente. Em 2020, os repasses representavam 16,78% do orçamento estadual; em 2024, essa participação caiu para 13,82%, agravando ainda mais o desequilíbrio no custeio do SUS no estado.

6. A alegação do Ministério de crescimento de 65,3% no custeio do SUS e 78% no MAC (incluindo emendas) não reflete:

<ul>
	<li>a defasagem acumulada de quase 20 anos sem atualização real dos tetos, conforme estudos do CONASS e CONASEMS;</li>
	<li>a expansão da demanda real gerada pelo aumento da oferta hospitalar;</li>
</ul>

a inflação setorial e a defasagem histórica da tabela SUS;

• percentuais de aumento estrutural para a manutenção da saúde no estado, já que consideram recursos transferidos de forma pontual.

7. Goiás reforça que a Lei Complementar nº 141/2012 prevê que os repasses considerem dimensões epidemiológicas, demográficas e de oferta de serviços — parâmetros que não vêm sendo operacionalizados há anos e cujo método de cálculo não é definido ou publicizado, motivo pelo qual é necessária a revisão do modelo de financiamento.

Por fim, o Estado alerta que tem arcado com fortes aportes próprios para sustentar o sistema, suprindo insuficiência dos repasses federais. Essa situação é insustentável a médio prazo e coloca em risco o equilíbrio fiscal e a continuidade dos serviços de saúde.

Goiás defende, portanto, a abertura urgente de um processo transparente, técnico e participativo de revisão dos critérios de financiamento da média e alta complexidade, envolvendo MS, estados, municípios, CONASS, CONASEMS e Conselhos de Saúde, para garantir equidade federativa e o direito constitucional à saúde.

Secretaria de Estado da Saúde

Estado contesta Ministério da Saúde sobre aumento de repasses para financiar o SUS

Opinião

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Cileide Alves

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CHEGA PRA CÁ

Quando se fala em aquecimento global, a primeira imagem que nos vem à cabeça é o derretimento das geleiras polares. O que muitos não percebem, contudo, é que o impacto mais imediato não está nesse gelo que se desfaz, mas no “derretimento” das estruturas do SUS, que se vê pelo aumento das filas nos postos de saúde, nos prontos-socorros superlotados e nos orçamentos cada vez mais apertados dos municípios brasileiros, especialmente daqueles economicamente mais frágeis.

O clima em aquecimento já se traduz em mais doentes, mais internações e maior pressão sobre o SUS. Não se trata de uma hipótese futurista, mas de uma realidade comprovada por estudos, relatórios e, sobretudo, pela rotina de quem atua na saúde pública.

A exposição a ondas de calor amplia o risco de doenças e sobrecarrega os serviços de saúde em todo o país, um sistema que originalmente não foi estruturado para enfrentar a crise climática. Cada grau a mais no termômetro significa mais pessoas desidratadas, mais insuficiências cardíacas descompensadas, mais crises respiratórias, mais idosos e crianças sendo levados às UPAs.

Tudo isso se soma a uma base de demanda que já é alta, em um sistema cronicamente subfinanciado. O aquecimento global não cria, do zero, os problemas de saúde pública, os multiplica. O calor extremo piora da qualidade do ar, o aumento do ozônio e a fumaça das queimadas intensificam as crises de asma, as doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) e as infecções respiratórias, resultando em mais internações e atendimentos de urgência.

Com o aquecimento do planeta, cresce também a presença de vetores transmissores de doenças como dengue, chikungunya, zika e outras arboviroses. Esses transmissores ampliam suas áreas de circulação e prolongam seus ciclos, elevando o número de contaminados e exigindo mais leitos, mais exames, mais equipes de saúde e campanhas de controle vetorial.

A sobrecarga do SUS exige uma integração urgente entre as políticas de clima e de saúde, para evitar que o sistema entre em colapso diante de um cenário que tende a se agravar. Mais calor e mais doenças respiratórias significam mais internações, mais exames e mais medicamentos — todos custeados com recursos públicos. O SUS, que já convive com filas e restrições orçamentárias crônicas, passa a operar sob um novo patamar de demanda, impulsionado pelo clima. Esse fenômeno tende ainda a acentuar desigualdades: são os mais pobres, que vivem em áreas de risco, com menor acesso a saneamento e moradia adequada, os que mais adoecem e mais dependem do sistema público de saúde.

Apesar de todas as evidências, a agenda climática ainda é tratada, com frequência, como um tema restrito às secretarias de meio ambiente ou aos fóruns internacionais, um erro de diagnóstico. As políticas de clima e de saúde precisam caminhar juntas, pois uma influencia diretamente a outra. O aquecimento global não é apenas um tema ambiental. Ele está presente também na sala de espera da UPA, na sala vermelha do hospital público, na farmácia básica do bairro.

Marcelo Celestino, promotor de Justiça aposentado, é advogado de direito de saúde

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

O SUS e as mudanças climáticas

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Marcelo Celestino

Caiado é desconhecido

Em um cenário de segundo turno da eleição de 2026 entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), o petista tem 42% das intenções de voto contra 35% do goiano. Outros 19% votariam branco, nulo ou não votariam e 4% estão indecisos. Os números são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (13).

Com o porcentual, Caiado atingiu seu melhor nível na série de levantamentos, iniciada em maio de 2025. Na rodada anterior, de outubro, Lula tinha 46% e Caiado, 31%. A diferença caiu de 15 para 7 pontos.

No cenário de disputa direta entre Lula e Jair Bolsonaro (PL), o petista tem 42% contra 39% do ex-presidente. Os dois estão, portanto, empatados tecnicamente. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais. Outros 17% votariam branco, nulo ou não votariam, e 2% estão indecisos. Bolsonaro está inelegível até 2030, mas a análise de seu desempenho é vista como relevante para medir o teto de intenções de voto da oposição.

<div attr-cid="policy:1.3336454" attr-version="policy:1.3336454:1763047529" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3336454" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3336454', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3336454">Caiado é desconhecido (1.3336454)</a></div>

Veja os demais cenários de 2º turno:

Lula: 38%

Ciro Gomes (PSDB): 33%

Branco/Nulo/Não vai votar: 26%

Indeciso: 3%

&nbsp;

Lula: 41%

Tarcísio de Freitas (Republicanos): 36%

Branco/Nulo/Não vai votar: 20%

Indeciso: 3%

&nbsp;

Lula: 40%

Ratinho Júnior (PSD): 35%

Branco/Nulo/Não vai votar: 22%&nbsp;

Indeciso: 3%

&nbsp;

Lula: 43%

Romeu Zema (Novo): 36%

Branco/Nulo/Não vai votar: 18%

Indeciso: 3%

&nbsp;

Lula: 44%

Michelle Bolsonaro (PL): 35%

Branco/Nulo/Não vai votar: 18%

Indeciso: 3%

&nbsp;

Lula: 43%

Eduardo Bolsonaro (PL): 33%

Branco/Nulo/Não vai votar: 21%

Indeciso: 3%

&nbsp;

Lula: 41%

Eduardo Leite (PSD): 28%

Branco/Nulo/Não vai votar: 27%&nbsp;

Indeciso: 4%

&nbsp;

Metodologia

A Genial/Quaest foi realizada entre 6 e 9 de novembro, em pesquisa presencial, domiciliar, usando questionários estruturados. Foram feitas 2.004 entrevistas. A margem de erro estimada é de 2 pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%.&nbsp;

<div>&nbsp;</div>

Em cenário de 2º turno em 2026, Lula tem 42% contra 35% de Caiado, aponta Genial/Quaest

Política

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Eleições 2026

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (13) mostra que o governador de Goiás e pré-candidato a presidente da República, Ronaldo Caiado (UB), é desconhecido por 51%. O levantamento mostra que 15% conhecem Caiado e votariam nele. Outros 34% sabem quem o goiano é, mas não votariam nele.&nbsp;

Enfrentar o desconhecimento diante da população brasileira é um dos principais desafios do governador em seu projeto nacional. Em maio, 62% afirmaram que não conheciam Caiado. O porcentual caiu para 54% e se repetiu em agosto, setembro e outubro.&nbsp;

No levantamento de outubro, 14% disseram que conhecem Caiado e votariam nele e 32% afirmaram que sabem quem ele é, mas não votariam no goiano.&nbsp;

Na rodada divulgada nesta quinta, Caiado teve o segundo maior índice de desconhecimento, ficando atrás numericamente apenas de Renan Santos (Missão), que foi incluído na pesquisa pela primeira vez - 74% disseram que não conhecem o novo pré-candidato.&nbsp;

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A pesquisa também considera os pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PSDB), Ratinho Júnior (PSD), Eduardo Bolsonaro (PL) e Romeu Zema (Novo).

Com três mandatos de presidente, Lula tem o menor índice de desconhecimento, de 2%. Bolsonaro aparece em seguida, com 4%. Bolsonaro está inelegível até 2030, mas é considerado uma importante liderança política. O diretor da Quaest, Felipe Nunes, já afirmou que medir Bolsonaro ajuda a entender o teto da candidatura de oposição.

Metodologia

A Genial/Quaest foi realizada entre 6 e 9 de novembro, em pesquisa presencial, domiciliar, usando questionários estruturados. Foram feitas 2.004 entrevistas. A margem de erro estimada é de 2 pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%.&nbsp;

&nbsp;

Genial/Quaest mostra que Caiado é desconhecido por 51%

O Ministério da Saúde (MS) informou nesta terça-feira (11) que aumentou em 65,3% os repasses para o governo de Goiás para custeio do Sistema Único de Saúde (SUS). As informações constam de nota encaminhada pelo ministério a um pedido de informações da rádio CBN Goiânia e do jornal O POPULAR sobre as reclamações do governador Ronaldo Caiado (UB) de mais repasses da União para o Fundo Estadual de Saúde relativos aos anos de 2023, 2024 e 2025.

Em 2 de outubro, o Estado propôs uma Ação Cível Originária (ACO) no Supremo Tribunal Federal (STF) reclamando “prejuízo” nos últimos três anos de R$ 1,266 bilhão e a recomposição do Teto de Média e Alta Complexidade (Teto MAC) em R$ 385,54 milhões por ano. <a href="http://https://opopular.com.br/politica/caiado-reforca-criticas-ao-governo-lula-ao-anunciar-ac-o-no-supremo-1.3320302" target="_self">Caiado declarou que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizava critérios discricionários</a> para favorecer estados alinhados politicamente e penalizar adversários.

O Ministério da Saúde só se manifestou nesta nota depois de reiterados pedidos feitos pelo jornal e pela CBN desde que o governador anunciou a ação. Antes do governo propor a ação, em setembro, o ministério emitiu uma nota rebatendo entrevistas do governador, <a href="https://opopular.com.br/politica/gest-o-lula-nega-criterio-politico-no-repasse-a-saude-1.3309902" target="_self">negando critérios políticos na transferência de recursos para os Estados</a>.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/sus-pode-ter-perdido-r-7-3-bi-em-vacinas-e-insumos-de-2021-a-2023-diz-cgu-1.3334124" target="_self">SUS pode ter perdido R$ 7,3 bi em vacinas e insumos de 2021 a 2023, diz CGU</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-reforca-criticas-ao-governo-lula-ao-anunciar-ac-o-no-supremo-1.3320302" target="_self">Caiado reforça críticas ao governo Lula ao anunciar ação no Supremo</a></div>

<h2>Mais dinheiro para Goiás</h2>

Segundo nota divulgada ontem, em 2023 “foram aumentados os tetos financeiros da atenção especializada; a habilitação de serviços; a concessão de parcelas únicas de custeio; as emendas parlamentares; os investimentos e custeios ligados à atenção primária, à vigilância em saúde e à gestão do trabalho e da educação em saúde; o acesso a medicamentos; os investimentos na rede e na aquisição de equipamentos; a incorporação de novas tecnologias; e a implantação de mecanismos de saúde digital, entre outras iniciativas”.

A nota não explica os motivos do crescimento do repasse, mas eles têm relação com o incremento de recursos para a saúde em 2023, comparado com 2022. Segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) a União destinou em 2023 R$ 179,8 bilhões à saúde, contra R$ 151,9 bilhões em 2022, crescimento real (descontada a inflação) de 13,14%.

Isso aconteceu por conta da alteração da emenda constitucional 86/2015, que vigorou a partir de 2016, realizada pela PEC da Transição. A emenda 86/2015 fixou a aplicação mínima de 15% da receita corrente líquida (RCL) da União em saúde, substituindo a regra anterior baseada na variação do PIB, e vinculou metade das emendas parlamentares individuais obrigatoriamente à saúde. A mudança ocorreu para o governo federal cumprir o teto de gastos sem contingenciar o financiamento do SUS.

A regra de limitação dos investimentos em saúde de 2015 vigorou nos dois anos do governo do presidente Michel Temer (2016 a 2018) e nos quatro anos do governo do presidente Jair Bolsonaro (2019 a 2022). A PEC da Transição (emenda constitucional 126/2022), aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro de 2022, a pedido do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu espaço no orçamento de 2023 ao criar exceções fora do teto de gastos, permitindo gastar acima do limite fiscal em 2023 e 2024, o que aumentou os recursos efetivos disponíveis para a saúde.

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Ao comentar o repasse para Goiás, a nota do Ministério da Saúde diz que só os recursos para atenção de média e alta complexidade (MAC) cresceram 78%, passando de R$ 293 milhões em 2022 para R$ 606 milhões em 2024 (Teto MAC mais emendas). “Nesta gestão, o governo de Goiás já recebeu 11% mais verbas nos últimos 33 meses do que nos quatro anos da gestão anterior”, informa o texto.

Na ACO proposta ao STF o governo de Caiado informou que o estudo “Financiamento da Saúde no Brasil”, realizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) revelou uma queda na participação da União e aumento da participação de estados e municípios no financiamento da saúde. De acordo com esse estudo, a União arcava com 52% do financiamento em 2002, montante que caiu agora para 40%.

Segundo a nota do MS, os números atuais dos repasses da União não são considerados pelo estudo do Conass, uma vez que este trata apenas do período de 2002 a 2023. “O próprio estudo reconhece, inclusive, que a participação federal nos gastos em saúde voltou a aumentar em 2023 após dois anos de queda”, diz o MS.

Sobre a recomposição dos tetos financeiros de média e alta complexidade (o Teto MAC), a nota afirma que ela ocorre de forma contínua e permanente, “associada a diferentes fatores, como a implantação e habilitação de novos serviços.” Observou que na Portaria GM/MS nº 547, o Ministério da Saúde incorporou ao Teto MAC de Goiás R$ 114,4 milhões por ano, e mais R$ 38 milhões em parcela única.

Essa portaria de 4 de maio de 2023 estabelece recurso do “Bloco de Manutenção das Ações e Serviços Públicos de Saúde - Grupo de Atenção Especializada, no montante de R$ 152, 544 milhões ao Estado de Goiás”.

Em resposta a outra reclamação do governador Caiado, a nota do MS afirma que não existe na lei a previsão de revisão automática dos valores a cada cinco anos, apenas o acréscimo anual da variação nominal do PIB. “A Lei Complementar nº 141/2012 determina que os repasses da União aos estados e municípios observem dimensões epidemiológicas, demográficas, socioeconômicas e de oferta de serviços, definidas e pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde”.

<h2>Confira abaixo a íntegra da nota do Ministério da Saúde</h2>

Desde 2023, o Ministério da Saúde aumentou em 65,3% os repasses ao Governo de Goiás para o custeio do SUS. Foram aumentados os tetos financeiros da atenção especializada; a habilitação de serviços; a concessão de parcelas únicas de custeio; as emendas parlamentares; os investimentos e custeios ligados à atenção primária, à vigilância em saúde e à gestão do trabalho e da educação em saúde; o acesso a medicamentos; os investimentos na rede e na aquisição de equipamentos; a incorporação de novas tecnologias; e a implantação de mecanismos de saúde digital, entre outras iniciativas. Só os recursos para atenção de média e alta complexidade cresceram 78%, passando de R$ 293 milhões em 2022 para R$ 606 milhões em 2024 (Teto MAC mais emendas). Nesta gestão, o Governo de Goiás já recebeu 11% mais verbas nos últimos 33 meses do que nos quatro anos da gestão anterior.

São números que não são considerados pelo estudo “Financiamento da Saúde no Brasil”, realizado pelo CONASS e CONASEMS, uma vez que este trata apenas do período de 2002 a 2023. O próprio estudo reconhece, inclusive, que a participação federal nos gastos em saúde voltou a aumentar em 2023 após dois anos de queda.

Sobre a recomposição dos tetos financeiros de média e alta complexidade (TETO MAC), ela ocorre de forma contínua e permanente, associada a diferentes fatores, como a implantação e habilitação de novos serviços. Por meio da Portaria GM/MS nº 547, o Ministério da Saúde incorporou ao Teto MAC de Goiás R$ 114,4 milhões por ano, e mais R$ 38 milhões em parcela única.

Não existe na lei a previsão de revisão automática dos valores a cada cinco anos, apenas o acréscimo anual da variação nominal do PIB. A Lei Complementar nº 141/2012 determina que os repasses da União aos estados e municípios observem dimensões epidemiológicas, demográficas, socioeconômicas e de oferta de serviços, definidas e pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde.

Em resposta a reclamações de Caiado, Ministério da Saúde diz que aumentou em 65% recursos para Goiás

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