O prefeito Sandro Mabel prometeu na campanha eleitoral que não liquidaria a Comurg. Portanto, não é surpresa ele apresentar um plano de aporte de R$ 190 milhões para salvá-la da falência. O valor proposto é ousado. É quase seis vezes superior ao projeto de integralização de R$ 30,7 milhões que o então prefeito Rogério Cruz tentou aprovar em dezembro de 2022, quando foi impedido pela Câmara de Goiânia. E três vezes mais que os R$ 68 milhões que o ex-prefeito novamente tentou aprovar em novembro de 2023. A integralização, contudo, se reduziu a apenas R$ 13 milhões, depois de intervenção do Ministério Público (MP-GO). Cruz era um prefeito com baixa popularidade e havia desconfiança sobre a correta aplicação dos recursos, especialmente pela histórica falta de transparência da Comurg. Mabel tem credibilidade política, pois acabou de vencer uma eleição, mas terá de enfrentar os mesmos obstáculos que frearam Cruz, a Câmara e o MP-GO. Há ainda a decisão do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) que declarou a Comurg dependente do município.