A prisão temporária do secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, e de dois de seus principais auxiliares nesta quarta-feira (27) foi o ápice de uma história que não começou agora, mas que se arrasta há pelo menos quatro anos. Funcionários que trabalham há anos na SMS e que acompanharam várias gestões não se surpreenderam com o triste espetáculo da prisão. A operação Comorbidades do MP-GO era, com as devidas desculpas pelo recurso ao senso comum, uma tragédia anunciada. Decisões equivocadas (ou falta delas) em relação à manutenção da estrutura da rede, à gestão de recursos humanos; o desabastecimento de medicação e de equipamentos de proteção individual (EPIs) das unidades, até questões mais complexas, como a perda da regulação das vagas de hospitais estaduais para a Secretaria Estadual de Saúde, além de possíveis irregularidades no gasto público – investigadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e pelo MP – levaram à tragédia atual. Nada aconteceu ao acaso, conta quem testemunhou os acontecimentos.