Caio Henrique Salgado

Em novo embate jurídico com a Câmara de Goiânia, a Prefeitura protocolou ação direta de inconstitucionalidade junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) com o objetivo de derrubar 14 dispositivos do novo Código de Posturas, sancionado em dezembro de 2023. 

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Todos os pontos questionados na ADI foram incluídos a partir da derrubada de vetos do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) a emendas feitas pelos vereadores. Entre eles está o polêmico artigo 35, que liberou o funcionamento de clubes de tiro perto de escolas. De acordo com a peça assinada por Rogério e pelo procurador-geral do Município, José Carlos Issy, “o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu pela competência privativa da União em dispor sobre qualquer assunto concernente a material bélico”. 

Também é questionado trecho que dispensa de cadastro ou licenciamento ambiental os geradores de resíduos de serviço de saúde que realizem o recolhimento dos mesmos através de empresas cadastradas e licenciadas. Segundo a Prefeitura, a maior ofensa constitucional do texto é a “dispensa do licenciamento de atividades potencialmente poluidoras”.

<h2>Análise</h2>

A Câmara foi notificada da ADI nesta segunda (13). O procurador-geral da Casa, Kowalsky Ribeiro, diz que prepara a defesa e aponta que a ação “míngua de elementos jurídicos válidos” e “demonstra fundamentação política”.

<h2>Fila</h2>

José Carlos Issy revela que apresentou ao prefeito lista de leis que poderão ser alvos de ADIs. Uma delas é a que destina a pessoas em situação de rua 5% das vagas de mão de obra não especializada, referentes aos contratos firmados pelo Paço para prestação de serviço e execução de obras.

<h2>Complexidades</h2>

A cota de 5% teve origem em projeto do presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD). Acórdão do Tribunal de Contas dos Municípios determinou, em 17 de abril, que a Prefeitura cumpra a lei em 60 dias, sob pena de multa diária de R$ 3 mil.

<h2>Não vai cumprir</h2>

O Paço pretende protocolar ADI contra a lei de autoria de Policarpo em até 15 dias.

<h2>Ainda em obras</h2>

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Avenida 85 parcialmente interditada para obras nas proximidades da Praça Cívica, no Setor Sul. (Diomício Gomes / O Popular)

<h2>Recordar é viver</h2>

Esta coluna recebeu programa de TV das eleições de 2016 no qual Iris Rezende explica sobre a criação das subprefeituras, trazida pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD). “Tem candidato prometendo hoje o que Iris já fez em lei assinada em 2008”, diz o narrador. Em seguida, Iris fala que o texto foi assinado “pensando no grande crescimento de Goiânia”.

<h2>No STF</h2>

A primeira turma do STF reconheceu, por quatro votos a um, agravo regimental com aplicação de multa movido pelo presidente da Agehab e do diretório estadual do PP, Alexandre Baldy, contra o senador Jorge Kajuru (PSB). O pedido de indenização de R$ 400 mil, por ofensas na redes sociais, foi acolhido pelos ministros.

<h2>De virada</h2>

Relatora do caso, a ministra Cármen Lúcia votou a favor de Kajuru. No entanto, a maioria seguiu a divergência de Alexandre de Moraes.

<h2>Pergunta para:</h2>

Sandro Mabel (UB),&nbsp;presidente da Fieg

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Sandro Mabel (Alex Malheiros)

Vanderlan Cardoso diz que a ideia de criar administrações regionais foi copiada. E aí?

A criação de administrações regionais já está prevista em lei aprovada pela Câmara e sancionada pelo então prefeito Iris Rezende em 2008. Vamos torná-las realidade, colocar para funcionar. É diferente de criar subprefeituras, conceito já ultrapassado, do século passado. Será algo mais moderno e eficiente, sem qualquer viés político. Não haverá espaço para que surjam “prefeitinhos”.

<h2>Arremate:</h2>

Tema - “Nossa liberdade é anticapacitista” é o mote da 39ª Semana do Assistente Social, que será realizada ente quarta (15) e quinta (16), na Área 2 da PUC Goiás. Iniciativa do Conselho Regional de Serviço Social.

Em Senador Canedo -&nbsp;Cristiane Pina (Solidariedade) lança sua pré-candidatura a prefeita de Senador Canedo na quarta (15), em espaço de eventos da cidade. É mulher do deputado estadual Julio Pina e está à frente de um instituto que leva o nome do parlamentar.

Em alta -&nbsp;O Martim Cererê recebe, no sábado (18), a feira Vinillândia, voltada para a venda de LPs. No Brasil, as receitas com vendas de discos de vinil cresceram 136% em 2023. No Reino Unido, o item voltou a ser usado na cesta de produtos para cálculo da inflação.

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Paço vai ao TJ contra trechos do novo Código de Posturas

Opinião

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Matéria - Coluna Giro

Giro

Grupo de prefeitos tem defendido, nos bastidores, a criação de uma estrutura no governo estadual para lidar com questões da região metropolitana de Goiânia. A coluna apurou que o desejo seria pela criação de uma nova secretaria para tratar de questões como transporte coletivo e construção do anel viário, mas também existe a possibilidade de criação de assessoria especial ou superintendência específica para lidar com estes temas.

A proposta tem a simpatia da atual e da futura gestões da Associação Goiana dos Municípios (AGM) e visa também aproximar prefeitos dos secretários estaduais. Procurado, o prefeito de Hidrolândia e futuro presidente da AGM, Zé Délio Jr. (UB), afirma à coluna que criar uma nova pasta não é “um pleito exigido pela associação”, mas emenda que seria “ótimo”.

“Nosso intuito é, com apoio do governo, tendo uma estrutura específica ou não, ajudar, somar esforços, fazer parcerias. Queremos aproveitar que o governo está com vontade de fazer, de ajudar”, defende.

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Descentralizada

Zé Délio adianta que, em sua gestão, a AGM terá diretorias regionais e que trabalhará a “união dos prefeitos da região metropolitana” para buscar soluções conjuntas. Além de mobilidade e transporte, ele cita também resíduos sólidos, energia e saneamento como gargalos.

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Precedente

Marconi Perillo (PSDB) criou Secretaria da Região Metropolitana em seu terceiro mandato, iniciado em 2011. O ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot foi titular da pasta.

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Versão reduzida

Integrantes do governo ouvidos pela coluna avaliam que é mais viável a criação de estrutura menor, como uma superintendência, para lidar com a Grande Goiânia.

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Mesmo assunto

A expectativa é a de que o governador Ronaldo Caiado (UB) decida sobre a região metropolitana quando for abrigar os prefeitos que não terão mais mandato em 2025. Algum deles pode cuidar do tema.

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Anotou a placa? - De tão sujo de concreto, ficou impossível identificar o caminhão que trafegava na Avenida Circular, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia (Wildes Barbosa / O Popular)

Carta na manga

Interessado na consolidação de uma base na Câmara de Goiânia, o prefeito eleito Sandro Mabel (UB) determinou que os vereadores sejam chamados para participar das ações que marcarão os 100 primeiro dias de seu mandato. Boa parte delas terão a ver com zeladoria, incluindo requalificação de praças e parques.

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Outro Poder

De saída da Prefeitura de Goiânia, o procurador-geral do Município, José Carlos Issy, é cotado para ocupar o mesmo cargo na Câmara de Goiânia, na quarta gestão de Romário Policarpo (PRD). Se a articulação vingar, ficará no lugar de Kowalsky Ribeiro, que acaba de ser eleito conselheiro seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás.

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Dobradinha

José Carlos Issy foi conselheiro seccional da OAB-GO e indicou Kowalsky Ribeiro para o posto que ocupou durante o primeiro mandato do presidente da entidade, Rafael Lara Martins.

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Sabrina Garcez 

Vereadora pelo Republicanos

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Sabrina Garcez (Divulgação)

A sra. vai ser secretária municipal de Governo. Como será a relação de Sandro Mabel com os vereadores?

Acredito que vai ser uma relação interessante, de participação, de muito profissionalismo e ampla colaboração. A cidade estará num momento muito difícil. Prefeito, vereadores e secretários já perceberam que, de maneira conjunta, é possível fazer entregas para a cidade. 

Arremate:

Último dia - A Câmara de Goiânia deve encerrar suas atividades de 2024 nesta quinta (26), com as últimas votações da reforma administrativa, da Lei Orçamentária Anual (LOA) e da verba indenizatória dos vereadores . 

Nova data -&nbsp;O deputado estadual Amilton Filho (MDB) apresentou projeto que institui, no Calendário Cívico, Cultural e Turístico de Goiás, o Dia Estadual do Advogado Eleitoralista, a ser celebrado anualmente em 15 de setembro.

Origem -&nbsp;A criação do Dia Estadual do Advogado Eleitoralista surgiu de sugestão da Comissão de Direito Eleitoral do Conselho Federal da OAB. A data escolhida simboliza a promoção e proteção dos direitos democráticos.

Prefeitos defendem criação de Secretaria da Região Metropolitana de Goiânia

webstories

Está tramitando na Câmara Municipal de Goiânia projeto de lei, enviado pelo Executivo, para reestruturar a carreira de servidores efetivos que ocupam o cargo de analista em Obras e Urbanismo. Embora não exista um impacto financeiro imediato, a aprovação da proposta é vista por representantes destes profissionais como o primeiro passo para mudanças futuras, como ampliação e valorização dos servidores.

O projeto de lei chegou à Câmara em 18 de dezembro. Após a leitura em plenário, o próximo passo é a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). Se a matéria for aprovada, a categoria será renomeada para analista em Engenharia e Arquitetura.

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Na estrutura da carreira também constam regras que já estavam previstas anteriormente na legislação que trata sobre os cargos de nível superior da Prefeitura, como o adicional de titulação e aperfeiçoamento e vencimentos que variam entre R$ 3,4 mil a R$ 8,9 mil (leva em consideração tempo de serviço, por exemplo).

A proposta foi enviada à Câmara após pedido da Associação de Engenheiros e Arquitetos da Prefeitura de Goiânia. O presidente da entidade, Alexandre Vieira Moura, afirma que a categoria busca reestruturar a carreira desde 2011. Segundo ele, ao longo dos anos, em negociações com o Executivo, foram alcançadas melhorias, como adicional de responsabilidade técnica referente a 100% dos vencimentos.

De acordo com Moura, houve o entendimento que o primeiro passo para reorganizar a carreira seria por meio de projeto de lei sem impacto financeiro. No entanto, segundo o presidente, há expectativa de abertura de diálogo com o prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), a partir do próximo ano, para novas mudanças, relacionadas à valorização financeira e ampliação do quadro de servidores. O presidente cita como exemplo a necessidade de a Prefeitura ter no quadro próprio engenheiros mecânicos para trabalharem no Parque Mutirama.

A reestruturação de carreiras de servidores municipais foi uma das marcas da gestão do prefeito Rogério Cruz (SD). O tema foi usado como bandeira na campanha pela reeleição em 2024, mas o gestor foi derrotado. “É certo que ainda temos algumas categorias para contemplar com a atualização da carreira. Mas afirmo, sem medo de errar, que fui o prefeito que mais fez pelos servidores públicos de Goiânia”, chegou a afirmar Cruz em uma das prestações de contas feita por ele no Legislativo durante este ano.

Entre as categorias beneficiadas com este tipo de mudança estão guardas civis metropolitanos, procuradores e funcionários operacionais. O POPULAR mostrou que, em geral, os servidores também receberam auxílio-locomoção, gratificações, reajustes e data-base, que, junto com as alterações nas carreiras, levaram ao aumento da despesa da Prefeitura com folha nos últimos anos. Dados da Secretaria Municipal de Finanças mostram que, em dezembro, o gasto com ativos e inativos foi de R$ 415 milhões.

Imóveis

Em dezembro, Cruz também encaminhou à Câmara quatro projetos de lei com pedido de autorização para desafetar áreas públicas municipais (APMs). Todos ainda estão tramitando.

O primeiro projeto pede permissão para que a Prefeitura faça a permuta de imóvel de 1 mil metros quadrados (em troca de outro com dimensões semelhantes), localizado no Parque das Laranjeiras, sob a justificativa de que uma rua se sobrepôs à área particular de uma empresa. A matéria foi aprovada pela CCJ da Casa.

Dois projetos beneficiam a Associação Beneficente e Cultural Evangélica (ABCE) com o uso de imóveis municipais. O primeiro é uma área de 1,3 mil metros quadrados, localizada entre os bairros Faiçalville e o Jardim Atlântico, para “ampliar a execução de suas atividades assistenciais, filantrópicas e religiosas” da entidade.

A matéria foi aprovada em primeira votação no plenário na terça-feira (24) e, no mesmo dia, recebeu aval da Comissão de Habitação, Urbanismo e Ordenamento Público. Em outra matéria, a ABCE é beneficiada com permissão de uso de área de 2 mil metros quadrados no Residencial Vereda dos Buritis. O segundo projeto está na fase inicial de tramitação.

O Executivo também quer permitir que a Associação Céu use área de 1,6 mil metros quadrados localizada no Residencial Santa Rita (4ª etapa). O objetivo é a construção de um crematório para animais de pequeno, médio e grande porte. A proposta também está na primeira fase de tramitação.

O POPULAR já mostrou que, entre janeiro de 2021 (início da gestão de Cruz) e julho deste ano, a Prefeitura de Goiânia fez 39 cessões, permissões de uso e doações de APMs. Segundo a administração, o número equivale a 0,51% do total de áreas públicas vagas. Apesar do porcentual pequeno, a prática ocorre desde gestões anteriores e já foi alvo de críticas de especialistas e da oposição.

Projeto do Paço visa mudar carreira de analista em obras

Política

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Matéria - Política

Prefeitura de Goiânia

Aliados do prefeito eleito Sandro Mabel (UB) têm a expectativa de que ele use ao menos parte dos 14 cargos de primeiro escalão que ainda não têm titulares definidos para abrigar indicações políticas. Dirigentes partidários e vereadores ouvidos pela coluna apontam que até aqui, apesar da tentativa de vincular os anúncios feitos a costuras políticas, as escolhas pessoais prevaleceram. É o caso inclusive de seu partido.

Ao anunciar Eerizania Freitas para a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Mabel afirmou que o nome foi pactuado com o União Brasil. No entanto, integrantes da sigla discordam e defendem que se trata de nome de sua cota pessoal, com participação do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (Republicanos).

Também não houve, até o momento, nenhum aceno ao MDB, que há algum tempo demonstra, nos bastidores, insatisfações com a postura do futuro chefe do Executivo da capital.

Do limão...

Considerando que Mabel colocou publicamente Eerizania na cota do UB, tem integrante da sigla defendendo que o partido seja de fato contemplado com estruturas da Secretaria de Políticas para Mulheres.

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...limonada

“Se for para ser do partido, que ele nos atenda de outras formas. Que tenha indicações nossas”, defende um nome do UB.

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Espaço tem

A pasta que será ocupada por Eerizania condensará superintendências que hoje fazem parte das secretarias de Desenvolvimento Humano e Social e Direitos Humanos e Políticas Afirmativas.

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Continuidade

Cresceram as chances de o vereador Henrique Alves (MDB) permanecer na presidência da CCJ da Câmara de Goiânia no próximo biênio. É que o nome de Luan Alves, também do partido, enfrenta resistências.

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No centro do poder da capital - Lixo e entulho acumulados em frente à Câmara de Goiânia. (Fábio Lima / O Popular)

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Do MDB

Caso não haja mudança no comando da CCJ, Luan Alves pode ser abrigado com a primeira secretaria da mesa diretora. Trata-se do posto que o presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), havia pensado originalmente para Henrique Alves. No entanto, outro nome passou a ser cotado para a presidência da comissão: o de Lucas Vergílio.

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Efeito colateral

Prefeitos goianos estão preocupados com o possível alcance da decisão de Flávio Dino, do STF, que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. É que muitos contam com os recursos para fechar as contas no último ano do mandato. Gestores municipais avaliam ir a Brasília nesta semana para conversar com o ministro.

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Forma de pagamento

Os prefeitos se preocupam principalmente com as “emendas Pix”, que podem ser utilizadas inclusive para pagar folha.

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No mais...

Feliz Natal a todos!

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Pergunta para:

Paulo Ortegal 

Coordenador da transição de Mabel

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PAULO ORTEGAL SECRETARIO PLANEJAMENTO-FOTO- PAULO JOSE (Paulo José)

Qual o balanço da transição em Goiânia?

A transição está na análise final do que recebemos da Prefeitura. Estamos esperando o dia 31, quando será feita a conciliação bancária, para finalizar o relatório. Mas algumas áreas realmente estão a merecer uma atenção especial, como saúde, educação, com a carência de 9 mil vagas nos CMEIs, e infraestrutura. Especialmente nesse período chuvoso, dá para ter uma ideia de que a drenagem está a merecer uma atenção especial.

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Aliados de Mabel mantêm expectativa por indicações para o secretariado

A nova gestão da Prefeitura de Goiânia, comandada pelo prefeito eleito Sandro Mabel (UB), que vai assumir em janeiro, estuda maneiras de conseguir renda extra para investir nos parques Zoológico e Mutirama, atualmente sob a gestão da Agência Municipal de Turismo e Lazer (Agetul). Mabel, quando recebeu o relatório da transição da Agetul no começo do mês, reforçou que é necessário reduzir os gastos públicos com as duas estruturas. “É dinheiro que deixa de ir para a saúde, educação, que é onde o poder público deve investir”, disse, à época. Desde então, um dos desafios da equipe do novo prefeito é buscar um projeto que conceda renda aos locais.

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Neste ano, segundo a Agetul as duas estruturas custam um mínimo de R$ 16,5 milhões por ano, sendo que a renda extra somada é de R$ 1,88 milhões, também em 12 meses. Essa renda por fora vem de concessões de permissionários, de modo que o Mutirama recebe cerca de R$ 200 mil e o Zoológico R$ 170 mil. Além disso, o Zoo cobra a entrada, de R$ 5 a inteira e R$ 2,50 a meia, o que gera cerca de R$ 1,5 milhão no ano. O restante do valor de custeio de ambos os parques é do repasse da Prefeitura de Goiânia para a Agetul, cujo orçamento municipal disponibilizado em 2024, para cobrir suas despesas operacionais e de todas as suas unidades descentralizadas, incluindo os dois parques, foi em torno de R$ 13,26 milhões.

Assim sendo, atualmente, as duas estruturas públicas de lazer geram déficit de no mínimo R$ 1,36 milhões. Os números podem ser ainda maiores se levarmos em conta a folha de pagamento dos servidores que atuam na pasta, além de gastos como a limpeza das áreas verdes, que é feita pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) em contrato separado, e as manutenções de infraestrutura, que são realizadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra). “A folha da Agetul também é de obrigação da Prefeitura, inclusive as parcelas referentes aos servidores lotados no Parque Zoológico e no Parque Mutirama. Vale notar que o uso do orçamento é complexo e envolve não só previsões de pagamento de despesas incorridas no ano anterior, como previsões de receita da própria prefeitura, não sendo raro que necessite de alterações”, informou a agência.

A equipe de Mabel ainda não tem definição sobre o que será feito com os dois parques, sendo colocado, por enquanto, apenas que haverá a colocação de uma pessoa com “capacidade de gestão” à frente dos locais. As ideias colocadas em discussão até agora são voltadas à busca de patrocínios, de modo que empresas colocariam propagandas ou produtos dentro dos parques em troca de um valor para os mesmos. Uma das propostas citadas anteriormente por Mabel foi a de buscar alguma instituição bancária com o interesse de investir no Zoológico em troca de implementar um sistema de pagamento que não seja apenas em dinheiro, como ocorre hoje.

O novo prefeito garante que no Zoológico haverá opções de pagamento por formas mais atuais, como cartões e PIX, com a pretensão de que os visitantes possam até mesmo conseguir os ingressos de modo on-line e antecipadamente. Ele pontua ainda que é necessário buscar empresas com o perfil de defesa do meio ambiente, por exemplo, para financiar o Zoológico. Embora não negue a possibilidade, a nova gestão também não afirma ter interesse na terceirização dos parques, mesmo que chegue a dizer que o poder público não deveria atuar em políticas relacionadas aos parques.

As últimas gestões municipais, tanto de Iris Rezende (MDB, de 2017 a 2020) e a de Rogério Cruz (SD, de 2021 a 2024), tentaram instituir políticas públicas semelhantes à ideia de buscar recursos privados em troca de propagandas em outras áreas, como nos parques urbanos e nas praças, e não tiveram sucesso. Ambos os projetos tiveram poucos interessados e não prosperaram. O POPULAR ouviu ex-gestores da Agetul e dos parques Mutirama e Zoológico sobre os locais se tornarem autossustentáveis. As respostas foram de que sempre ocorreu a busca por receitas extras, mas que as empresas nunca quiseram investir.

“Sempre falávamos com empresas, para patrocinar um evento, um Natal, um brinquedo novo ou um produto dentro do parque, mas nunca se interessaram. Até queriam a exposição, mas de forma gratuita ou pagando muito pouco, que não valia a pena”, disse um ex-gestor do Mutirama que prefere anonimato. Os ex-servidores, no entanto, reforçam que a vantagem de Mabel desta vez é que, por ser um reconhecido empresário e presidente de entidades empresariais, ele possui mais contatos e conhecidos, o que pode levar a alguma parceria, o que é considerado, assim mesmo, muito difícil. 
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Intenção conta com entraves 
Gestores ouvidos pelo POPULAR, de modo extraoficial, alegam ser bastante difícil o Zoológico se tornar autossustentável. A unidade já conta uma tarifa de entrada e tem forte resistência de empresas em investir no local pelo entendimento de que o aprisionamento dos animais pode ser mal visto pelo lado do marketing. “Uma empresa ligada ao meio ambiente não vai investir em um local com um urso preso, mesmo que seja uma jaula sensacional, reformada, com toda a estrutura que tem hoje. É mais fácil investir em uma ONG de preservação do Cerrado ou da Amazônia, por exemplo”, disse um ex-presidente da Agetul.

Os gastos anuais estimados com fornecedores do Zoológico de Goiânia totalizam cerca de R$ 4,1 milhões, sendo a maior parte referente à alimentação dos animais, com cerca de R$ 2 milhões. “O gasto anual com a folha de pagamento dos servidores alcança aproximadamente R$ 6,41 milhões. Assim, os custos contínuos de funcionamento do Zoológico, excluindo despesas esporádicas como obras e reformas, são estimados em R$ 10,51 milhões. No entanto, essa estimativa está subestimada, pois não inclui gastos contínuos dos serviços prestados pela Comurg e Seinfra”, informa a Agetul.

Por outro lado, a renda com a bilheteria é de R$ 1,5 milhão por ano, o que não paga nem mesmo a alimentação dos animais. “É importante destacar que o Zoológico opera atualmente com um quadro de pessoal insuficiente para atender plenamente às suas funções. Apesar das melhorias realizadas no último ano em recintos, banheiros e rampas de acessibilidade, há anos de acúmulo de déficits em manutenção e reforma de infraestrutura. O parque demanda uma significativa injeção de investimentos para assegurar sua plena operação e a preservação de sua infraestrutura”, reforça a agência.

Já com relação ao Mutirama, os gestores que passaram pelo parque nas últimas administrações entendem ser possível que o local se torne autossustentável, seja por se tratar de uma estrutura mais atrativa para as empresas, com a possibilidade de realização de eventos, publicidade ou mesmo pela bilheteria. Desde junho de 2019, o Mutirama é gratuito e tem gastos anuais estimados, com fornecedores, de cerca de R$ 6 milhões, sendo R$ 5,4 milhões relativos aos contratos de manutenção corretiva e preventiva dos brinquedos e o de operadores. A folha de pagamento referente aos funcionários do parque fica em torno de R$ 13,4 milhões.

Ao todo, o Mutirama tem um gasto estimado em R$ 19,4 milhões, sendo que sua receita, proveniente somente das concessões de permissionários, é estimada em R$ 210 mil por ano. “Assim como no caso do Zoológico, essa estimativa de gastos de manutenção reflete os contratos atuais do Mutirama e está subestimada porque o parque precisa criticamente de investimentos, não só para manutenção de sua infraestrutura, mas também para a contratação de outros serviços complementares, como vigilância por câmeras, e concurso para servidores efetivos. Atualmente, esses investimentos e aumento de gastos tão necessários não cabem no orçamento da Agência”, considera a Agetul.

O Mutirama recebe cerca de 240 mil visitantes por ano. Para atingir os R$ 19,4 milhões de custos anuais, o preço a ser pago atualmente para a entrada no parque seria cerca de R$ 80. Quando o parque ainda cobrava o ingresso, os valores eram de R$ 16 a inteira e R$ 8 a meia. Um ex-presidente da Agetul reforça que a decisão da Prefeitura em 2019 de deixar o parque aberto ao público foi uma questão política de retomar a ideia inicial da construção do Mutirama, de que fosse um parque de diversões para a população. “A família que mora lá na região Noroeste, a menos favorecida de Goiânia, não tem condições de pagar R$ 20 por pessoa da família, imagina R$ 80, R$ 100. É uma decisão que a Prefeitura tem de tomar”, diz o ex-presidente da Agetul.