O prazo de aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi descumprido em uma situação considerada inédita e que ajuda a dar a dimensão da crise instalada na relação entre a gestão do prefeito Sandro Mabel (UB) e vereadores. Conforme apurado pela coluna, não há registro na Câmara de Goiânia de que situação semelhante tenha ocorrido anteriormente. Pela Lei Orgânica da capital, o texto deveria ter sido devolvido para a sanção de Mabel na terça-feira (31). No entanto, ele foi retirado um dia antes, diante do cenário hostil na Comissão Mista da Câmara de Goiânia e de uma votação que o Paço Municipal trata como nula. No Legislativo, o comentário é de que, mesmo nos momentos mais turbulentos de gestões passadas, não houve prejuízo para aquilo que é “corriqueiro”, como a LDO. As insatisfações dos vereadores costumavam ficar visíveis em propostas de maior impacto, como os códigos Tributário e de Posturas, e o Plano Diretor. Agora Mabel evita os grandes temas, mas a disposição para o enfrentamento permanece entre os vereadores, com reflexo naquilo que faz parte do calendário anual da Câmara.