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Caio Henrique Salgado

Jornalista com especialização em Políticas Públicas pela UFG e em Marketing e Mídias Digitais pela FGV. Escreve para o POPULAR desde 2011 e em 2018 se tornou titular da coluna Giro.

Rogério Cruz iniciará carreira de consultor, palestrante e mentor

Caio Henrique Salgado

Passados pouco mais de 100 dias após deixar o Paço Municipal, Rogério Cruz (PRD) trabalha para abrir em breve um escritório de consultoria com foco em administração privada, mentoria e palestras. O ex-prefeito de Goiânia pretende tocar o negócio a partir de uma "simples sala comercial" no Setor Bueno e aproveitar sua "experiência na comunicação" para fortalecer negócios de futuros clientes.

Antes de iniciar carreira política como vereador, Cruz foi um dos responsáveis pela implantação da Record Internacional em Moçambique e Angola. Também geriu a sucursal da emissora na capital goiana. Segundo ele, existem conversas mantidas com potenciais clientes desde dezembro, quando se preparava para deixar a Prefeitura. Estes só estariam aguardando o registro oficial de seu empreendimento para fechar contrato.

Falta, no entanto, definir um nome para a empresa. "Enquanto são preparados os documentos para o registro, estou decidindo", afirma ele à coluna, em conversas por WhatsApp."

Nos dias úteis

Rogério segue sem falar sobre política ou conceder entrevistas. Pastor, começou nesta segunda (14) a publicar mensagens religiosas com sua locução nas redes. Serão cinco semanais.

Escolha

O primeiro texto gravado por Cruz é baseado em Números 13:30. O versículo do Antigo Testamento ressalta a importância da fé e obediência a Deus, mesmo diante de grandes desafios e obstáculos.

Régua

O deputado estadual Clécio Alves (Republicanos) usou a tribuna da Assembleia Legislativa para criticar o prefeito Sandro Mabel (UB) e soltou essa: "Para quem achava que o governo Rogério estava ruim, esse de agora está dez vezes pior."

Segundo turno

Aliado de Rogério até o fim de sua gestão e um dos políticos que tinham mais espaços na Comurg, Clécio "culpou" o PT pela vitória de Mabel no ano passado.

Coragem - Motorista faz manobra arriscada e irregular em plena BR-153, no perímetro urbano de Goiânia, para sair da rodovia e entrar em rua de acesso pela contramão. (Weimer Carvalho / O Popular)

Coragem - Motorista faz manobra arriscada e irregular em plena BR-153, no perímetro urbano de Goiânia, para sair da rodovia e entrar em rua de acesso pela contramão. (Weimer Carvalho / O Popular)

Quinto

O Conselho Seccional Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) deliberou sobre a resolução que define as regras de formação da lista sêxtupla a ser enviada ao Tribunal de Justiça. A entidade aguarda do TJGO comunicado oficial a respeito da aposentadoria de Nicomedes Domingos Borges para publicar o edital.

Ponto de vista

A coluna apurou que após a deliberação o presidente da OAB-GO, Rafael Lara, afirmou aos conselheiros, a portas fechadas, não ter compromisso com nenhum dos candidatos. Para outros interessados na vaga destinada ao quinto constitucional da advocacia o gesto favorece Breno Pires Borges, filho do desembargador aposentado.

Global

A vereadora Aava Santiago (PSDB) viaja para o Rio de Janeiro nesta terça-feira (15). Vai participar da gravação de especial da GloboNews que integra a programação do mês das mães.

Pergunta para:

Luan Alves

Vereador pelo MDB

Luan Alves, presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia (Amma) (Divulgação)

Luan Alves, presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia (Amma) (Divulgação)

Seu pai, Clécio Alves, elevou o tom das críticas a Mabel. Concorda? Está na base do prefeito?

Apesar de fazermos parte do mesmo grupo as ideias e o pensamento dele são independentes dos meus. Vejo que tem muitas coisas que precisam melhorar na gestão, que ainda está no início, mas ela já tem dado alguns resultados. Até hoje ele (Mabel) não me convidou pra ser base. Mas, no que for bom para a cidade, o prefeito pode contar comigo.

Arremate:

Mãe - O programa preparado pela GloboNews busca refletir sobre a centralidade da figura materna na sociedade brasileira, reunindo mulheres de diversas trajetórias. Além da vereadora Aava Santiago, participarão do especial nomes como a atriz Leandra Leal e Luana Jonô, executiva da L'Oréal.

Na quarta - O entrevistado do Chega pra Cá desta semana será o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, candidato do presidente Lula a presidente nacional do PT. Excepcionalmente, o programa será quarta-feira (16) às 11 horas, com transmissão ao vivo no portal do POPULAR.

Recente - Edinho Silva esteve em Goiânia no sábado (12). Participou de evento com lideranças locais do PT.

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Acordo permite que Caiado retome, com atraso, ações planejadas há quatro meses

O acordo que viabilizou a federação entre UB e PP possibilitará que o governador Ronaldo Caiado (UB) retome ações de sua pré-candidatura presidencial que deveriam ter sido iniciadas a partir de janeiro, mas ficaram paralisadas por conta do ambiente conturbado vivido em seu partido nos últimos meses. Estavam previstas para o início do ano a formação de coordenação política, com figuras de outros estados, e a realização de pesquisas nacionais para leitura de cenário.

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Em novembro, o presidente nacional da sigla, Antônio Rueda, chegou a dizer a esta coluna que a agenda de viagens, não consolidada até hoje, seria iniciada em janeiro. Nada disso avançou diante de divergências que envolveram o apoio ao governo Lula (PT), a possível filiação de outros pré-candidatos como Gusttavo Lima e Pablo Marçal e, principalmente, o debate sobre a aliança com pepistas.

"Agora ele terá condições de retomar tudo isso, mas em condições muito mais favoráveis", resume um caiadista.

Chico e Francisco

Ao comentar o desafio que Caiado tem pela frente, outro aliado cita o recado que o governador sempre dá a todos que o procuram em busca de apoio a projetos eleitorais. "É aquilo que ele diz para todo mundo: tem de se viabilizar. Não é diferente no caso dele. Pau que dá em Chico dá em Francisco", compara.

Maré

A leitura palaciana é a de que Caiado colecionou boas notícias desde que lançou seu projeto, em 4 de abril. Na lista estão a reaproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou a convidá-lo para agendas e ajudou a reverter sua inelegibilidade. A última, claro, é o acordo da federação.

Propriedade

O juiz federal Paulo Ernane Moreira Barros determinou nesta sexta-feira (25) a reintegração do Grande Hotel ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Prefeitura de Goiânia tem 30 dias para cumprir a decisão, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Tudo errado - Carro transita pelas ruas de Goiânia com várias irregularidades. (Wildes Barbosa / O Popular)

Tudo errado - Carro transita pelas ruas de Goiânia com várias irregularidades. (Wildes Barbosa / O Popular)

Faz tempo

A decisão judicial atende a uma petição para cumprimento de sentença referente à ação de reintegração de posse, julgada procedente em 2005. O INSS acionou a Justiça após a Prefeitura manter a posse do prédio histórico depois do encerramento de um convênio de seis meses, finalizado em 22 de setembro de 2004.

Nova direção

Em 2024, o Paço tentou retomar negociações para quitar dívida e comprar o imóvel. O procurador-geral do Município, Wandir Allan, diz que o interesse do Paço é preservar o espaço e o INSS pode cumprir esse papel. Mas ressalta que estudará medidas se for interesse da Secretaria Municipal de Cultura.

Direito

Decisão do juiz federal Leonardo Buissa Freitas reconheceu o direito de os associados da Abrasel em Goiás utilizarem do benefício do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos até dezembro de 2026, conforme previsto inicialmente. O Perse foi encerrado pelo governo federal recentemente.

Pergunta para:

Gustavo Sebba
Presidente estadual do PSDB

Gustavo Sebba. (Y. MAEDA)

Gustavo Sebba. (Y. MAEDA)

O senador Vanderlan Cardoso (PSD) critica o interesse do ex-governador Marconi Perillo no PSD. Como avalia?

Que moral tem Vanderlan Cardoso para acusar alguém por incoerência por mudar de partido? Justo ele que troca de partido como troca de camisa. Mais de dez vezes. E é vergonhoso vê-lo bajular o governador depois de ter sido escorraçado por ele na eleição de 24, quando seu desempenho foi pífio.

Arremate:

Viu essa? - Campanha publicitária do Governo de Goiás que utilizou outdoor com imagens do Cerrado em chamas, acabamento texturizado e simulações de fumaça foi premiada pelo Colunistas 2025 Brasília em duas categorias: Aproveitamento de Mídia Exterior e Produtos e Serviços Públicos. A entrega da premiação será realizada em maio, na capital federal.

Homenagens - A Câmara de Goiânia realizará, na segunda-feira (28), às 9 horas, sessão especial para homenagear pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Proposta do vereador Isaías Ribeiro (Republicanos). Mais tarde, às 19 horas, a Casa comemora os 35 anos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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Justiça determina que Prefeitura de Goiânia devolva Grande Hotel ao INSS

O INSS acionou a Justiça após a Prefeitura manter a posse do prédio histórico depois do encerramento de um convênio de seis meses, finalizado em 22 de setembro de 2004

Grande Hotel, no Centro de Goiânia: Prefeitura retoma negociação para acordo e assumir a propriedade (Wesley Costa)

Grande Hotel, no Centro de Goiânia: Prefeitura retoma negociação para acordo e assumir a propriedade (Wesley Costa)

O juiz federal Paulo Ernane Moreira Barros determinou nesta sexta-feira (25) a reintegração do Grande Hotel ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com o magistrado, o imóvel está ocupado irregularmente pela Prefeitura de Goiânia, que tem 30 dias para cumprir a decisão, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

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A decisão atende a petição para cumprimento de sentença referente a ação de reintegração de posse, julgada procedente em 2005. O INSS acionou a Justiça após a Prefeitura manter a posse do prédio histórico depois do encerramento de um convênio de seis meses, finalizado em 22 de setembro de 2004.

No ano passado, a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD) tentou, sem sucesso, retomar negociações para quitar a dívida acumulada ao longo dos anos e comprar o edifício.

O procurador-geral do Município, Wandir Allan, afirma à coluna que, a princípio, pode não recorrer da decisão porque o interesse da Prefeitura é preservar o espaço. "O INSS tem condições de cumprir esse papel", argumenta Ele ressalta, no entanto, que poderá estudar medidas caso seja a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) tenha projetos para o prédio históirico.

A coluna não conseguiu contato com o titular da Secult, Uugton Batista.

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Leitura de que Caiado é nome único da direita destravou federação

Um dos personagens importantes nas negociações que destravaram a federação entre União Brasil e PP, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou a Ronaldo Caiado (UB) que ele teria caminho aberto para construir sua candidatura a presidente da República. Isso porque outros nomes não se colocam na disputa por conta da situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível mas se apresenta como opção para 2026.

"Eu mostrei para ele: 'Caiado, a chance da sua vida é essa, com a federação.' Ninguém é candidato hoje porque o (Jair) Bolsonaro está no meio do caminho e não vai sair. Então, esta é a chance de já sair e trabalhar num partido desse tamanho", conta Mabel, em referência ao porte do bloco partidário que terá 107 deputados federais.

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O governador adotava uma posição firme contra a aliança e, conforme mostrado recentemente aqui, chegou a se movimentar para tentar impedi-la em convenção extraordinária. Outro ponto importante foi a promessa de que o chefe do Executivo em Goiás também terá a prerrogativa de indicar um nome para a vice em eventual chapa majoritária, caso não consiga alcançar os 10% nas pesquisas.

Outro lado

O argumento de que não existe outro projeto colocado na rua também foi utilizado para convencer as cúpulas de UB e PP. "Não adianta ficar esperando. Se a gente ficar por conta do Bolsonaro ou de qualquer outra decisão, como do Tarcísio (de Freitas, governador de São Paulo), o partido vai explodir. Se a gente ficasse nessa posição haveria uma debandada (na janela partidária). Com candidatura temos possibilidade de atrair outros (para a coligação)", opina Mabel.

Podcast

A federação UB-PP é o principal tema do novo episódio do Giro 360, que já está disponível em sua plataforma preferida, assim como no portal do POPULAR.

Assédio

Caiado participou nesta quinta-feira (24) da Marcha de Gestores e Legislativos Municipais, em Brasília. Fez críticas à Reforma Tributária. Depois foi cercado por vereadores de diferentes regiões do País, dificultando a saída do local.

Polarização - Restaurante oferece marmitex que levam os nomes do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Bolsonaro. O estabelecimento fica no setor Centro- Oeste, em Goiânia. (Diomício Gomes / O Popular)

Polarização - Restaurante oferece marmitex que levam os nomes do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Bolsonaro. O estabelecimento fica no setor Centro- Oeste, em Goiânia. (Diomício Gomes / O Popular)

No estrangeiro

O vice-governador Daniel Vilela embarca, no dia 26 de maio, em missão internacional de 10 dias com passagens por Estônia, Finlândia e Singapura. O objetivo é conhecer práticas de transformação digital. Também irão os secretários estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Frederico, e da Economia, Francisco Sérvulo.

Agenda

Daniel e José Frederico vão palestrar no e-Governance Conference, na Estônia. A missão incluirá também visitas a centros de testes de veículos autônomos, cidades inteligentes e reuniões com autoridades em inteligência artificial. Foram convidados prefeitos e empresários, mas a lista da comitiva ainda não foi fechada.

Estrutura

A chegada de Gustavo Mendanha (MDB) à vice-presidência da CelgPar mudou o organograma da estatal. O ex-prefeito de Aparecida terá sob suas asas a Assessoria de Imprensa, Ouvidoria-Geral, Auditoria e a Gerência de Regulação e Novos Negócios.

Pergunta para:

Vanderlan Cardoso
Senador e presidente do PSD

()

()

Como avalia a possibilidade de o ex-governador Marconi Perillo se filiar ao PSD? O sr. conversou com ele?

Sobre o assunto de PSD eu não conversei nada com o Marconi. É muito estranha essa questão de filiar num partido agora para sair dele e depois filiar no outro. É incoerente. O PSD é um partido grande. Quem é que não quer vir para um partido igual ao PSD? Todo mundo vai querer. Agora, entre querer e poder tá um pouco longe, né?

Arremate:

Na terrinha - O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, fará, na terça-feira (29), palestra sobre Direito Eleitoral na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em Portugal.

NoVa edição - O programa Deputados Aqui estará em Santa Helena de Goiás nesta sexta-feira (25), a partir das 8 horas. A ação itinerante da Assembleia Legislativa levará serviços, cultura e lazer para a população.

Homenagem - A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) será homenageada na segunda-feira (28), às 19 horas, na Assembleia Legislativa. Proposta do deputado estadual Virmondes Cruvinel (UB).

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65% das calçadas de Goiânia têm obstáculos

Buracos, declives, postes e árvores atrapalham pedestres, especialmente quem tem mobilidade reduzida, apesar de a capital ter o maior índice de passeios em vias públicas

Calçadas em sequência de desnível uma para a outra: realidade da Rua Rio Branco, no Jardim Esmeralda ( Wildes Barbosa / O Popular)

Calçadas em sequência de desnível uma para a outra: realidade da Rua Rio Branco, no Jardim Esmeralda ( Wildes Barbosa / O Popular)

Mesmo registrando o maior porcentual de moradores que residem em locais com calçadas dentre as capitais brasileiras, Goiânia tem 64,9% dos passeios com obstáculos que impedem o livre trânsito dos pedestres. Ao mesmo tempo, a acessibilidade para cadeirantes que dependem das rampas de acesso nos espaços públicos se mantém em um índice baixo: 35,2%. Especialistas e associações de deficientes visuais e físicos apontam que a baixa fiscalização das calçadas e a falta de planejamento prejudicam os transeuntes, especialmente aqueles com mobilidade reduzida.

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Os dados fazem parte do Censo Demográfico 2022, dentro do estudo sobre Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última semana. No levantamento, são analisados dez quesitos, como a existência de calçada ou passeio, de obstáculos nas caladas e de rampas para cadeirantes, além da capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, pontos de ônibus e van, vias sinalizadas para bicicletas, e arborização.

A capital goiana se destaca como aquela com o maior índice de calçadas e o terceiro maior de rampa para cadeirantes. No primeiro quesito, Goiânia alcançou 98% dos moradores que vivem em vias públicas com a existência de passeios. Nesse caso, contudo, não analisa se tais locais têm boa conservação. Contudo, no quesito de obstáculos, o município registrou dois terços dos residentes com calçadas inadequadas, ocupando a 13ª colocação (da melhor para a pior). Analisando os índices de rampas, perde apenas para Campo Grande (MS), com 55,7%, e Curitiba (PR), com 40,5%.

Coordenador operacional do Censo 2022, Daniel Ribeiro comenta que os obstáculos levantados pelo estudo se referem a postes, árvores, buracos e declives, entradas irregulares ou outros elementos permanentes que atrapalhem a circulação. "É um índice alto de obstáculos, que deixa a desejar. É um poste, uma árvore, uma calçada onde alguém faz uma rampa com um declive e chega ao local e tem esse obstáculo, uma erosão ou um buraco que não foi consertado. Às vezes, tem poste entre o meio-fio e o muro e não cabe uma cadeira de rodas, por exemplo", explica.

Entulho vira barreira para deficientes visuais em caminho tátil na Rua 84, no Setor Sul ( Wildes Barbosa / O Popular)

Entulho vira barreira para deficientes visuais em caminho tátil na Rua 84, no Setor Sul ( Wildes Barbosa / O Popular)

Na presidência da Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás (Adveg), Adelson Alves convive diariamente com as dificuldades de locomoção nas vias urbanas da capital e garante: "Já foi menos complicado andar por Goiânia". Para ele, além dos obstáculos levantados pelo Censo e que impactam na trafegabilidade de pedestres, há ainda outros empecilhos que sequer são levantados no estudo. Dentre eles, há elementos provisórios, como veículos estacionados em locais inadequados e o uso das calçadas por estabelecimentos comerciais para disposição de mesas. Há ainda a ausência ou disposição irregular de pisos táteis que impactam no trânsito de deficientes visuais.

"Têm caminhos táteis que levam direto para o poste. Isso não faz sentido nenhum. Outro fator é a conservação, com piso esburacado ou destruído. Precisa ser revitalizado e principalmente ter uma fiscalização mais atenta quanto à disposição de automóveis e coisas tais que impedem o uso (dos caminhos táteis). Falta gestão para levar demandas específicas e falta fiscalização com conhecimento das peculiaridades dos públicos. Agora não tem de fazer mais lei, tem de cumprir (a lei)", comenta Alves.

Conforme ele, não existe "preocupação com o pedestre". "Não é só para o deficiente visual. Nossa tese enquanto movimento é que tem de ser bom para todo mundo para ser bom para nós, mas o que a gente percebe é que a cidade está em estado de abandono, buracos, calçadas mal conservadas e mato alto. É uma coisa inacreditável, especialmente em certas regiões em periferias. Há lotes baldios sem o devido cuidado de cerca, de calçamento, uma total ausência de fiscalização. E piorou porque ficamos praticamente quatro anos sem gestão de mobilidade em Goiânia", complementa.

Agente administrativa na Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás (Adfego), Débora Carvalho vê melhorias nos últimos anos, mas comenta que "ainda falta muito para ter uma acessibilidade adequada para cadeirantes". "Têm setores onde faltam rampas, há calçadas muito danificadas, com buracos, raízes de árvores expostas. Na maioria das vezes temos de transitar nas ruas, junto com os carros. Acaba que viramos um veículo, correndo o risco de sermos atropelados. Têm calçadas que há rampa em uma parte, mas no final não tem, e então temos de pedir ajuda ou voltar para descer. Têm rampas muito inclinadas, que a gente não consegue subir, e também veículos que ficam estacionados em cima das rampas, que é o que mais acontece", exemplifica.

O docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UFG), Bráulio Vinicius Ferreira, observa que, com a presença de obstáculos nos locais destinados aos pedestres, além de uma falta de arborização adequada -- especialmente nos períodos de seca --, as pessoas optam pela utilização de automóveis em detrimento de percursos a pé, mesmo naqueles em curtas distâncias. "A qualidade do piso, arborização e sombreamento, e a iluminação no período noturno impactam. Precisa garantir uma acessibilidade em todos os horários. E, quando sai, vai andando pela rua, o que oferece risco para a saúde pública", acrescenta.

Para ele, "a mobilidade fica reduzida porque não tem fiscalização efetiva" para as calçadas. Conforme o docente, a responsabilidade pela construção dos passeios, que hoje é dos proprietários dos imóveis, deveria ser repassada ao poder público para garantir uma padronização. "Se entrega a rua (pavimentada), por que não entrega a calçada também? A lógica nossa está muito centrada no automóvel, com a rua sendo algo privilegiado", opina.

Fiscalização

O conselheiro e membro da Comissão Especial de Política Urbana e Ambiental (CPUA) do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), David Finotti, cita que a expansão rápida e desordenada das grandes cidades levou a problemas em relação às calçadas, como estreitamento, existência de postes, lixeiras e árvores inadequadas para o espaço. Contudo, cita, com a ausência de incentivos aos proprietários dos imóveis e com a falta de fiscalização efetiva, há dificuldades para garantir avanços efetivos aos pedestres. "Precisa criar incentivos para regularizar as calçadas, como redução do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Calçada não é luxo, é obrigação."

Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), Lamartine Moreira, foram observados avanços em relação à acessibilidade no meio urbano. Mas, pontua, "ainda temos muito a avançar". "E no que temos executado percebemos que, apesar de ter a calçada, ela não está de acordo com as normas técnicas. Muitas vezes se faz por fazer, porque não tem ninguém conferindo para receber essa execução. Tem piso tátil que 'morre' em cima de poste, de caixa de telefonia, de uma árvore. Deveria ser mais fiscalizado, ainda está muito falho", diz.

O diretor de fiscalização da Secretaria de Eficiência (Sefic) de Goiânia, João Peres Teodoro Rodrigues, garante que a pasta realiza uma fiscalização constante sobre as calçadas. "Em qualquer projeto, qualquer obra, a vistoria observa em relação à calçada (se foi cumprido) o código de identificações, a Norma Brasileira (NBR) 9050 que regulamenta as calçadas. Em qualquer estabelecimento que vai requerer alvarás de localização e funcionamento de qualquer atividade comercial, também é feita uma vistoria e ela deve obedecer as normas de calçada. Além das reclamações que a gente recebe e faz a fiscalização, de calçada irregular, rebaixada totalmente, com desnível, ocupação. A fiscalização é intensa em relação a isso."

Projeto buscava responsabilizar Prefeitura

Em dezembro passado, a Câmara de Goiânia aprovou um projeto de lei complementar que repassava à Prefeitura a responsabilidade pela construção, manutenção e adaptação das calçadas. De autoria do então vereador Paulo Magalhães (UB), o projeto determinava a criação de um projeto próprio de padronização das calçadas, atendendo a critérios de acessibilidade. A cada ano, a administração pública também ficaria responsável pela construção ou reconstrução de 5% do total de quilômetros das calçadas existentes, com um prazo máximo de 20 anos para conclusão das obras, contados a partir de janeiro deste ano.

Logo no primeiro mês de mandato, o prefeito Sandro Mabel (UB) vetou o projeto sob a alegação de que o mesmo trazia "disposições sujeitas à iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo" e "previsão de gastos adicionais ao poder público sem a realização de estudos de impacto orçamentário e financeiro a essas novas despesas". O veto integral foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 23 de janeiro. No dia 8 de abril, a Câmara de Goiânia comunicou à Prefeitura que o Legislativo mantinha por "maioria em única votação, em sessão ordinária" o veto integral ao autógrafo de lei complementar 10/2024.

A legislação vetada buscava alterar as leis complementares 324/2019 e 364/2023, que trata sobre a construção, modificação, adaptação e manutenção, dentre outras intervenções, às calçadas em Goiânia. Pela primeira lei, os proprietários são responsáveis por "construir, adaptar e manter em bom estado a calçada", observando requisitos de acessibilidade, segurança e desenho adequado. Para intervenções nos espaços, o dono do imóvel deve requisitar autorização à Prefeitura e deve finalizar a obra em até 30 dias, sem que esta atue na obstrução total da calçada. Já a segunda lei trata especificamente sobre o código de obras e edificações.

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