A fúria israelense não arrefece. Quase dois anos depois de iniciada, a tempestade de bombas continua a abater Gaza, agora segundada por rajadas de balas na fila dos que mendigam comida. Israel tem uma ideia fixa: acabar com a chance -a ideia, o sonho- de haver, mesmo em mil anos, a Palestina. A justificativa para o morticínio é sumária: Tel Aviv tem direito de se defender, precaver-se de assaltos como o de 7 de outubro de 2023, quando 1.200 foram mortos. Tal direito se traduz em dizimar o Hamas e fazer de Gaza terra arrasada. Há mais motivos para a razia. Um deles, pouco falado, mas nada desprezível, é a vingança. Ela é exercida com frieza e afinco sobre os palestinos como um todo, não apenas sobre os terroristas. Tanto que o Exército caiu matando sobre a Cisjordânia, administrada por um inimigo visceral do Hamas, a Autoridade Palestina.