Os extremos não apenas se atraem como, muitas vezes, têm interesses e métodos comuns. É o que ocorre agora entre PT de Luiz Inácio Lula da Silva e PL e aliados de Jair Bolsonaro, adversários ferozes que atuaram firmemente contra a Lava Jato, tentaram juntos a cassação do mandato do senador Sérgio Moro, ex-juiz e ex-ministro, e neste exato momento invertem posições numa empreitada muito estranha, que pode ter um efeito devastador: o veto a delações premiadas de presos. Do nada, assim de repente, o presidente da Câmara, Arthur Lira, reúne o conselho de líderes e a Câmara tira da gaveta e põe em votação a urgência para um antigo projeto acabando com as delações, de autoria do petista, advogado e sindicalista Wadih Damous, que nem deputado é mais. Hoje, ele é secretário nacional de Defesa do Consumidor, no Ministério da Justiça. A quem interessa?