Dados do IBGE relativos ao Censo de 2022 mostram que o número de pessoas que se autodeclaram pardas aumentou no País. O mesmo ocorreu em Goiás, conforme reportagem publicada na superedição do fim de semana.Por aqui, 54,18% das pessoas se identificaram assim, um crescimento de 5,15% em comparação às informações de 1991.Em 227 dos 246 municípios goianos (92,27%) a população é predominantemente parda. A quantidade de pessoas que se autodeclararam pretas também cresceu no estado e representa agora 9,19% do total dos moradores.Atrás da frieza dos números existe um componente social fundamental que é a consciência étnico-racial. Ela ajuda a combater o racismo e incentiva cada um a reconhecer e a valorizar sua raça. Ainda é preciso diversos avanços nessa questão, a começar pela cobrança de políticas públicas que contemplem essa realidade, mas está claro que a propagação de mensagens corretas e livres de preconceito, assim como o respeito, tornam mais fácil esse reconhecimento. Então, aproveitando o espírito de Natal, continuemos na esperança de mais consideração, colaboração e empatia entre povos de todas as raças.

A cor da pele

Editorial

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Matéria - Opinião - Editorial

O governo de Goiás deu um passo para aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), ao enviar um projeto à Assembleia Legislativa, juntamente com o texto de exclusão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).Pelo interesse do Palácio das Esmeraldas e com o apoio de uma ampla base na Alego, a aprovação das duas matérias deve ocorrer sem atropelos. Apesar das críticas de governadores de oposição ao governo federal — coincidentemente, entre os maiores devedores da União —, inclusive do próprio Ronaldo Caiado (UB), de Goiás, o Propag oferece vantagens em relação ao RRF. Tanto que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que esta é a solução definitiva para a dívida de R$ 165 bilhões enfrentada por seu estado.O Propag tem juros mais baixos e permite o abatimento de até 20% dos débitos, mediante contrapartidas. No caso goiano, a estimativa é de uma folga fiscal de aproximadamente R$ 5 bilhões. Além disso, os governadores ficarão livres de amarras do RRF, especialmente em relação ao teto de gastos.Abre-se, portanto, uma nova janela para investimentos, o que pode ser benéfico, desde que o governo atue com parcimônia e discernimento.

Janela para investimentos

O Atlas da Violência, divulgado ontem, comprova que Goiás tem conseguido diminuir de forma constante os índices de mortes violentas intencionais, especialmente os homicídios. De 2013 a 2023, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes caiu 53% no estado.Em 2013, a taxa de homicídios em Goiás era de 46,4 por 100 mil habitantes — a terceira maior do País. Dez anos depois, essa taxa recuou para 21,4, tornando-se a oitava menor. A média nacional é de 21,2, e a menor taxa é a de São Paulo, com 6,4.Os dados do estado são positivos e vêm apresentando queda anual desde o início do levantamento. Especialistas apontam alguns fatores que contribuíram para essa melhora, como a atuação do estado, a pacificação entre facções e até mesmo o envelhecimento da população.Apesar da queda, a taxa ainda é elevada — especialmente entre pessoas negras. Em Goiás, ela é oito vezes maior do que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 2,6. Ainda assim, considerando-se o contexto de um país reconhecidamente violento como o Brasil, o avanço deve ser comemorado.

Menos homicídios

Pesquisa realizada em 12 capitais pelo Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte revela que Goiânia tem a frota de transporte coletivo mais antiga entre todas elas.

Os dados são de setembro de 2024 e indicam que, nesse período, a idade média dos ônibus da região metropolitana chegava a 12,8 anos em média. Em seguida aparece Curitiba, com 8,9 anos, quatro a menos que Goiânia.

Reportagem publicada na edição de fim de semana mostra também que a situação melhorou desde então, graças à inclusão de 200 novos veículos no sistema. A expectativa, segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos, é de renovar toda a frota até o fim de 2026.

O anúncio é muito bem-vindo, já que veículos envelhecidos afetam drasticamente a eficiência do transporte, aumentando o desconforto, a poluição e o tempo de viagem, afastando os usuários, elevando a insegurança no trânsito e ainda ampliando o custo de manutenção.

É importante que a população acompanhe os prazos prometidos e cobre a modernização do sistema, inclusive com a compra de veículos menos poluentes, que atendam as normas de sustentabilidade ambiental, reduzindo emissões que contribuem para as mudanças climáticas.

Renovação do transporte

A Igreja Católica Apostólica Romana tem um novo líder: Robert Francis Prevost, o papa Leão XIV. Aos 69 anos, o norte-americano será o guia espiritual de 1,4 bilhão de pessoas — segundo o Annuario Pontificio 2025, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No âmbito interno, terá de lidar com temas atuais da igreja, como o secularismo europeu, a expansão na África e na Ásia, a atuação das mulheres e a gestão financeira da Santa Sé — para ficar nos assuntos mundanos. Para além dos limites do Vaticano, Leão XIV atuará em um mundo com conflitos armados e dramas humanitários, ascensão do autoritarismo e da xenofobia, além da agenda ambiental. No primeiro discurso na praça São Pedro, o norte-americano deu sinais de que, no âmbito diplomático, deve seguir alguns dos rumos de Francisco. Ao pedir pela “paz desarmada e desarmante” e rogar pela ajuda dos fiéis para “construir pontes”, indicou continuidade a parte do legado do antecessor, por quem foi nomeado cardeal. A mensagem inaugural de Prevost clama pelo diálogo entre os povos diante dos desafios globais. Resta torcer para que os líderes mundiais, independentemente de credos, decidam ouvi-la.