A saúde pública voltou a dar sinais de alerta em Goiânia. Em uma semana, duas pessoas morreram enquanto aguardavam um leito em uma unidade de terapia intensiva (UTI). As vítimas foram Grazielly Silva, de 25 anos, e Lúcia Helena Pereira, de 60. A primeira estava internada na UPA Maria Pires Perillo, região noroeste de Goiânia, em virtude de um aneurisma no cérebro. A segunda ficou dois dias no Cais Finsocial, com pneumonia e infecção generalizada. A permanência de ambas nesses locais era obviamente inadequada, pois são unidades para atendimento básico ou de baixa complexidade — o que não era o caso. Na manhã desta segunda-feira (10), a ocupação das UTIs reguladas pela Prefeitura de Goiânia e pelo governo do Estado era preocupante. No município, havia 29 vagas, mas 20 delas especificamente para grávidas. Na rede estadual, a lotação estava acima dos 90%. A Prefeitura da capital anunciou a abertura de mais 10 leitos na Santa Casa de Misericórdia, o que pode dar algum alívio. O prefeito Sandro Mabel (UB) disse, em entrevista à TV Anhanguera, que as mortes por espera de UTI são raras. Para as famílias enlutadas, isso não é consolo.