Os municípios da região metropolitana de Goiânia não podem ser vistos como ilhas. As 2,5 milhões de pessoas que vivem nos 21 municípios que a compõem partilham oferta e demanda de trabalho, transporte, educação, lazer e saúde. A capital, como núcleo desse aglomerado urbano, é a principal ofertante de serviços, porém é geradora de problemas que se espalham pelas demais cidades de seu entorno. É o caso da crise na saúde que se agravou em 2024. Com a incapacidade de Goiânia de atender toda a demanda interna e externa, as cidades mais próximas sentiram os reflexos em suas próprias redes de atendimento. Senador Canedo, Aparecida de Goiânia e Trindade, que fazem limite com a capital, relatam aumento na procura das unidades municipais por moradores da capital. Esse fluxo é natural, e o movimento contrário ocorre paralelamente. O que as secretarias vizinhas reclamam é que a balança piorou negativamente para elas nos últimos dois anos. A realidade que se impõe é que não há soluções isoladas na região metropolitana, a segunda que mais cresceu na última década. O paciente que deixa de ser atendido em uma cidade vai colaborar com a superlotação da unidade de saúde de outra.