O pré-carnaval de Goiânia adquiriu grandeza inimaginável desde o início dos anos 2000. À iniciativa tímida, que ocupou parte do Parque Vaca Brava, se juntaram bares, restaurantes, artistas, rede hoteleira e poder público. O resultado são os megablocos atuais.Na edição do fim de semana, as estimativas mais infladas são de 150 mil pessoas nos blocos e na Avenida 85, onde havia espaço para pagantes e não pagantes. O evento gira a economia e proporciona lazer, mas é preciso atenção aos sinais de que ajustes são necessários. Em 2024, uma das principais atrações, o grupo Ara Ketu, não conseguiu chegar à avenida principal, pois o trio elétrico não teve como driblar árvores e fiação no trajeto. Neste ano, um trabalhador morreu após um choque enquanto erguia fios para a passagem do trio. Imagens mostram que Nero Martins, de 65 anos, não usava equipamentos individuais de segurança. Deve-se aguardar as investigações, que vão esclarecer o acidente e indicar eventuais responsabilidades. Fica, porém, o alerta de que um evento de tal grandiosidade exige que todos os envolvidos — artistas, trabalhadores, servidores públicos e público — possam participar com a máxima segurança.