A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) completou 24 anos no início de maio. Foi um marco para o equilíbrio das contas públicas, com reflexos diretos na economia, por sua contribuição no controle da inflação e na credibilidade do País diante dos olhos de potenciais investidores internacionais. Um dos pilares da legislação é o limite de gasto com o funcionalismo. Estados e municípios, por exemplo, podem comprometer até 49% da receita corrente líquida (RCL) com pessoal no Poder Executivo. No Legislativo, o limite é de 3% da RCL. Apesar de moralizadora, a regra dá brecha para despesas injustificáveis com contratações. É o caso da Assembleia Legislativa de Goiás. Desde 2023, o número de cargos de direção dobrou (de 15 para 30); o de secretarias quase triplicou (de 16 para 36). A justificativa é que a ampliação de cargos não extrapola os parâmetros da LRF. Ocorre que o preenchimento dessas vagas carece de critérios técnicos. Os cargos são, invariavelmente, ocupados por parceiros políticos, inclusive alguns frustrados nas urnas. Ainda que as nomeações para essas diretorias e secretarias na Assembleia Legislativa cumpram a LRF, elas denotam falta de zelo com o dinheiro público.