A primeira morte por dengue no ano em Goiás, confirmada no fim de semana em Heitoraí, na região central do estado, aumentou o clima de alerta que já tomava conta das autoridades de saúde. Há mais seis óbitos em investigação, quatro deles em Goiânia. Um dos motivos de maior preocupação é a confirmação da circulação do sorotipo 3, que não era detectado em Goiás desde 2008. Dessa forma, há uma ampla população vulnerável à infecção por essa variante do vírus da dengue. Vale abrir um parêntese: uma segunda infecção tende a favorecer o desenrolar de quadros mais graves da doença. As epidemias de dengue costumam ser cíclicas, com anos de alta e baixa, em todo o território brasileiro. Porém, há o temor de que, em 2025, ela seja forte após um 2024 de recordes de diagnósticos e mortes — 429 foram confirmadas no estado. Até agora, 16 municípios alcançaram o status de alta incidência, e 14 deles estão em estado de alerta, inclusive a capital. Com o clima quente e chuvoso, a tendência é que este número aumente rapidamente, o que é inadmissível, visto que formas de evitar a proliferação do Aedes aegypti são amplamente conhecidas. A ocorrência de tantas mortes é uma vergonha para o País.