Diante de grandes tragédias como a que abala o Rio Grande do Sul ou como a que vitimou Goiânia em 1987, após o acidente radiológico com o césio 137, é preciso ser ágil e atuar conjuntamente. Primeiro para salvar vidas, reconstruir, resgatar a confiança, recuperar bens e a estabilidade financeira. Paralelamente é urgente estudar a relação de causas e efeitos, atuar multidisciplinarmente, analisar falhas, identificar riscos por meio de projeções científicas, com apoio consistente e permanente dos governos. Entre os campos óbvios de atenção no caso atual estão o meio ambiente, o planejamento urbano e a meteorologia. Em um contexto de mudanças climáticas em curso, é fundamental que sejam ouvidos e divulgados com a dimensão merecida os alertas sobre fenômenos extremos, que podem se repetir com cada vez maior frequência, ao mesmo tempo em que se investe em equipamentos mais avançados para garantir a precisão das previsões. A ciência, essencial para indicar o que é possível mudar para aliviar as transformações do clima, é também preciosa para possibilitar evacuação de áreas, medidas de saúde e também providências urbanas, como corredores verdes para enfrentar as ondas de calor. Os alertas pedem urgência.