Quem passou recentemente pela Marginal Botafogo, uma das principais artérias de Goiânia, se deparou com um cenário desolador: centenas de árvores cortadas e secas ao longo de quase toda a sua extensão, de cerca de 7,5 quilômetros.A paisagem é resultado de uma remoção em massa executada pela Comurg. O objetivo era eliminar leucenas, espécie exótica invasora. No entanto, foram suprimidas também outras árvores que, segundo parecer da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), não deveriam ter sido retiradas.O trabalho da companhia de urbanização ignorou o documento técnico, conforme revelado pelo POPULAR.O episódio escancara a falta de diálogo entre os órgãos da administração pública. A própria Amma agora cobra explicações formais da Comurg.A derrubada indiscriminada compromete o microclima local, afugenta a fauna urbana e expõe as encostas à erosão, o que pode resultar em deslizamentos. Mesmo que haja reposição vegetal, o impacto ambiental será duradouro.O que ocorreu é uma falha — ou desleixo — grave e inadmissível. Cabe às autoridades competentes investigar se houve, também, um crime ambiental.