A explosão de artefatos diante do Supremo Tribunal Federal (STF), menos de dois anos após a invasão das sedes da corte, da Presidência da República e do Congresso, é sinal de uma escalada na tensão política no Brasil. Na noite de quarta-feira (13), um homem atirou um explosivo, para logo depois se matar com outro. Por sorte, a única vítima foi ele próprio, identificado como Francisco Wanderley Luiz, um chaveiro catarinense. Ainda há muitos detalhes a serem esclarecidos, mas tudo indica uma ação motivada pelo extremismo político. Em postagens dele nas redes sociais, havia mensagens de ódio direcionadas ao STF, autoridades e personalidades. O episódio demonstra que a ruptura entre campos ideológicos antagônicos tem se agravado no País, com consequências cada vez mais trágicas. Também expõe a fragilidade das autoridades em conter esse tipo de ação. Tiu França, como o homem era conhecido, transformou em ato o que muitos agentes públicos manifestam em palavras, sempre de olho nos possíveis ganhos políticos. Ele é uma prova de que o discurso de ódio pode transformar pessoas “solícitas e prestativas”, na descrição de uma vizinha, em vetores da violência.