A aposta do Brasil no transporte terrestre, intensificada a partir de meados do século 20, tornou o país dependente deste modal. É pelas estradas que a produção escoa, prejudicando a competitividade, e que a maior parte das pessoas se desloca. Manter essa malha com o mínimo de qualidade é dispendioso, e a opção pela concessão à iniciativa privada tem se tornado mais comum. Porém, nem sempre esse modelo tem trazido os resultados pretendidos, a despeito de pesar no bolso do contribuinte por meio dos pedágios. Uma das principais artérias de Goiás vive essa realidade. Como mostra reportagem nesta edição, o trecho privatizado da BR-153 que liga Professor Jamil à capital está tomado por buracos. O trecho tem um histórico negativo. Concedido à iniciativa privada há mais de 20 anos, a concessão previa, inclusive, a construção de um anel viário no perímetro urbano de Goiânia e Aparecida de Goiânia, promessa que nunca saiu do papel. Houve, inclusive, a possibilidade de troca de administradora — a atual, a Triunfo Concebra, chegou a entregar a rodovia, mas posteriormente renovou o contrato. Passados tantos anos após a privatização, o usuário continua pagando caro por um serviço ruim.