O Hospital Estadual de Jataí realizou a primeira captação de órgãos para transplante. Coração, rins, fígado e córneas foram doados pela família de uma jovem de 22 anos com morte encefálica. Neste Setembro Verde, mês de conscientização sobre a doação de órgãos, o fato merece dupla celebração: primeiro, pelo altruísmo da família, mesmo diante da perda; segundo, pelo fato ter ocorrido em uma unidade pública a 327 quilômetros de Goiânia. As unidades com maior capacidade são os hospitais de urgência localizados em Goiânia (Hugo e Hugol), mas, nos últimos anos, foram feitas captações nos Hospitais Estaduais do Centro-Norte Goiano (Uruaçu), de Trindade (na região metropolitana de Goiânia), de Formosa e de Luziânia (no Entorno do Distrito Federal). Além das dificuldades logísticas e estruturais, um grande obstáculo continua sendo a negativa das famílias de possíveis doadores. Nas unidades da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a taxa de recusas gira em 70%. Por isso, a qualificação de hospitais do interior para a captação de órgãos é tão relevante, pois amplia a possibilidade de oferecer mais qualidade de vida — ou mesmo salvar vidas — a milhares de pacientes que aguardam na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil.