Sem apelar, ao menos por enquanto, à pirotecnia que marcou a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investigou irregularidades na Comurg, a CEI do Limpa Gyn pode, sim, ser útil para a melhoria da coleta de lixo em Goiânia. Em um mês e meio de trabalho, os vereadores que integram a comissão expuseram situações que merecem apuração mais detida — especialmente no que diz respeito à gestão da cadeia que vai da coleta à destinação final dos resíduos. No aterro sanitário, por exemplo, ficou evidente a precariedade da fiscalização dos rejeitos que chegam pelo consórcio, pela Comurg e por empresas privadas. Não há sistemas automatizados para analisar o material entregue. As condições de trabalho são precárias, tanto em material quanto em ambiente. A falta de prioridade para resolver os problemas do aterro levou, inclusive, ao indiciamento do prefeito Sandro Mabel (UB) e do ex-prefeito Rogério Cruz (SD) pela Delegacia Estadual do Meio Ambiente. A CEI da Comurg terminou em pizza com recheio de negociatas. Caso se dediquem a esquadrinhar como a coleta funciona hoje, os vereadores poderão prestar uma imensa contribuição para Goiânia — quesito em que a Câmara está em débito.