Há dez dias, a Chapada dos Veadeiros arde em chamas. O fogo, que começou em Cavalcante, espalhou-se por Alto Paraíso e Niquelândia, alcançando mais de 73 mil hectares — uma área equivalente ao município de Goiânia.A tragédia ambiental, incalculável, revela também a fragilidade das ações de prevenção e a dificuldade estrutural para o combate às chamas.Equipes completas dos parques estaduais Águas do Paraíso, em Pirenópolis, e da Estação Ecológica de Nova Roma tiveram de ser deslocadas para o nordeste goiano, deixando esses locais, que também são vulneráveis, desguarnecidos.Apesar da coragem e do comprometimento do Corpo de Bombeiros e dos brigadistas que trabalham na região, é inegável que o cobertor é curto — o que exige mais investimentos em efetivo, treinamento e equipamentos.Por outro lado, as autoridades ambientais e policiais devem concentrar todos os esforços para investigar se houve ação humana na origem do incêndio, seja por ação ou omissão, o que é muito recorrente em incêndios ocorridos no período de seca. Após a identificação dos possíveis responsáveis, as sanções legais devem ser aplicadas com rigor, pois a impunidade é o combustível para a próxima queimada.