A Prefeitura de Goiânia passou a semana reparando os estragos causados pelo temporal de terça-feira (23), e o prefeito Sandro Mabel (UB) anunciou medidas emergenciais. Entre elas, o fechamento do tráfego na Marginal Botafogo — que liga as regiões norte e sul — e na Avenida 87, no Setor Sul, nos dias de chuva forte. São duas das vias mais problemáticas. Por isso, é mesmo necessário que alguma ação imediata seja tomada para reduzir os riscos à população. No entanto, a interrupção do trânsito em ruas onde os alagamentos são recorrentes é, evidentemente, uma medida pontual e paliativa. Goiânia clama por uma transformação estrutural, que proponha soluções capazes de tornar a cidade mais resiliente aos eventos extremos — o que inclui não apenas as tempestades, mas também os períodos de calor intenso. Uma das maiores autoridades no tema, o arquiteto chinês Kongjian Yu — um dos criadores do conceito de cidades-esponja — morreu em um acidente no Pantanal, no mesmo dia em que Goiânia foi castigada pelas forças da natureza. A triste coincidência deve servir para reforçar sua mensagem: a água não é inimiga, mas, ao aprisioná-la, adoecemos as cidades.