A violação de direitos humanos pela internet atingiu números recordes no Brasil. Xenofobia (rejeição a estrangeiros), intolerância religiosa (a reboque da guerra entre Israel e Hamas) e pornografia infantil puxaram os indicadores para cima. Foram 101 mil denúncias em 2023. O “lado bom” é que relatos de misoginia (ódio contra mulheres), LGBTfobia e racismo diminuíram. As informações são da Central de Denúncias de Crimes Cibernéticos da SaferNet, e foram apresentadas no Dia da Internet Segura. O evento é realizado em conjunto com o Comitê Gestor da Internet (CGI.br) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Recebidas, as denúncias são enviadas ao Ministério Público Federal (MPF). No caso da pornografia infantil, um novo fator entrou na equação: a inteligência artificial. Com essas ferramentas, criminosos não dependem mais das vítimas para obterem fotografias íntimas. Segundo a SaferNet, parte das imagens de abuso de crianças circula pelas redes sociais, o que reforça a necessidade da discussão sobre a regulação. Um debate equilibrado, livre da gritaria de grupos que só ganham, financeira e politicamente, com a desordem que hoje impera nessas plataformas.