As sequelas da estiagem começaram mais cedo, em Goiás. As doenças respiratórias, típicas do período, lotam hospitais; a vazão dos rios aponta para um período de baixa oferta de água. O Meia Ponte entrou em nível de atenção 50 dias antes que em 2023. Nesta terça-feira (4), estava em 9.099 litros por segundo, no limiar para o nível de alerta. As queimadas se intensificam. De janeiro a maio de 2024, a alta é de 46% nos incêndios florestais e de 31% nos urbanos em relação ao mesmo período de 2023, conforme o Corpo de Bombeiros. Em Goiânia, de cinco ocorrências por dia, até abril, houve um salto para 9, em maio. A maior parte em terrenos vazios. Oferta de combustível não falta: a capital tem mais de 140 mil lotes sem construções. A Comurg roçou 70 mil metros quadrados em áreas particulares desde janeiro, mas o mato alto é visível em toda a cidade. A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás, Andréa Vulcanis, alerta que podemos ter a pior crise hídrica dos últimos anos. É uma previsão assustadora. O consumidor deve fazer a sua parte, mas cabe ao poder público o trabalho mais árduo de fazer cumprir o arcabouço legal para uso racional dos recursos hídricos do estado.