O POPULAR já mostrou uma série de exemplos de uso questionável das emendas impositivas da Câmara Municipal de Goiânia. Da falta de planos de trabalho à ligação entre entidades executoras e vereadores que indicam os recursos, já houve de tudo.Nesta edição, mais um caso vem à tona. Vereadores destinaram R$ 1,31 milhão ao Instituto Panamericano de Assistência Social e Saúde (Inpass). O dinheiro será aplicado em três projetos de saúde.Alguns pontos chamam a atenção. O Inpass tem sede em Valparaíso, a 190 quilômetros da capital goiana, e teve a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) registrada apenas este ano. O valor dos atendimentos — consultas oftalmológicas, doação de óculos e exames — varia de R$ 716 a R$ 1.350. Não há justificativa para a contratação de uma organização de um município distante para um serviço que poderia ser executado por entidades da própria capital.Na semana passada, o Paço Municipal cedeu à pressão da Câmara e aceitou elevar o valor das emendas impositivas para 2026. Cada vereador terá mais de R$ 5 milhões para indicações. Com tantos casos problemáticos, é preciso tornar mais rígidos os critérios para a liberação desses recursos.