As sucessivas ondas de calor encarecem o manejo e diminuem a produtividade no campo, seja para grandes exportadores ou para aqueles que se dedicam à agricultura familiar.Reportagens publicadas pelo POPULAR nos últimos dias mostram essas duas pontas do problema. Uma delas revela que apenas 57% da área esperada para o ano recebeu o plantio até agora. No ano passado, nesse mesmo período, a proporção era de 88%.A situação ocorre porque boa parte dos agricultores espera a regularização do período chuvoso. Entre os que já plantaram, alguns têm de refazer o trabalho. Mais à frente, o atraso na safra prejudicará também a safrinha, diminuindo a colheita e, consequentemente, pressionando os preços.A outra reportagem conta como verduras, legumes e frutas sofrem com o sol escaldante. Com mais gastos com irrigação e estruturas de proteção, as hortaliças chegam mais caras às bancas das feiras e aos supermercados. A alface, por exemplo, teve aumento médio de 50% por causa da redução na oferta.Os exemplos comprovam que a crise climática impacta desde um dos setores vitais do PIB brasileiro até a salada do dia a dia. Sendo otimista, talvez ainda haja tempo para desacelerar esses efeitos, mas essa é uma realidade à qual o mundo terá de se adaptar.