A destinação do lixo é uma questão emergencial para Goiânia. Com mais de 1,4 milhão de habitantes, a capital despeja, diariamente, 2,7 mil toneladas de resíduos no aterro sanitário, cuja vida útil está com dias contados. Na melhor da hipóteses, mais 17 anos.Um dos caminhos para desacelerar essa morte anunciada é ampliar a coleta seletiva. Adotada em 2008, ela recolhe apenas 5% de tudo que é descartado, segundo o Ministério Público Estadual. Em 2020, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o órgão, Comurg e Secretaria Municipal de Infraestrutura fixou meta de 18% para 2023. Outro gargalo é o aproveitamento dos rejeitos orgânicos. A compostagem deveria ser destino de 4% do que é produzido, mas o reaproveitamento é zero.A disposição inadequada do lixo degrada o solo, intoxica o lençol freático e aumenta a produção de gases que causam o efeito estufa. Também favorece o surgimento de pragas urbanas e alagamentos.Cabe aos gestores estimularem a população a separar os rejeitos, assim como garantirem a regularidade da coleta seletiva. Deve ser prioridade, ainda, adaptar o aterro sanitário às melhores práticas, de forma a prolongar sua utilização, e planejar novos espaços para substituí-lo no futuro próximo.