Enquanto a saúde municipal agonizava, com pagamentos atrasados e falta de leitos, a Prefeitura de Goiânia, na gestão anterior, firmava contratos de relevância e prioridade questionáveis. Este jornal publicou diversos deles, que chegaram a levantar suspeitas do Tribunal de Contas dos Municípios. Alguns foram suspensos, mas outros seguiram consumindo dinheiro público. Foi o caso, por exemplo, do contrato sem licitação para criação de duas plataformas virtuais. O serviço foi encomendado por R$ 6 milhões, conforme reportagem publicada neste fim de semana, mas permanece ocioso há sete meses. São dois sites, um deles voltado para comunicação institucional e outro da área de educação. No entanto, os sistemas nunca foram divulgados pelo Paço e não há conteúdo atualizado. A pouca utilização das plataformas é um sinal claro de sua desimportância diante das graves crises enfrentadas por Goiânia, especialmente nos setores de limpeza urbana e saúde. O dinheiro gasto com sites ociosos poderia, por exemplo, ser investido na compra de medicamentos e insumos básicos que chegaram a desaparecer das unidades de saúde. Gestão responsável do dinheiro público pode salvar vidas e esta é a obrigação dos administradores.