Reportagem publicada na edição de ontem mostra as absurdas distorções da distribuição de recursos públicos para os municípios goianos. Critérios políticos acabam interferindo drasticamente nos repasses, que ficam desconectados das prioridades da população. A situação se torna ainda mais grave quando a transferência é feita por meio de emendas pix, que não oferecem transparência. A organização não-governamental Transparência Brasil alerta para o risco do dinheiro ser usado sem planejamento e sem observar as carências das cidades, já que não há necessidade de apresentação de projeto para utilização dos recursos. Com a dificuldade para monitoramento dos gastos, abre-se brechas para uso indevido ou desnecessário, o que acaba por aprofundar as desigualdades entre os municípios. Goiás tem dezenas de cidades que demandam investimentos em saúde, educação e zeladoria, mas que acabam sendo preteridas na distribuição de verbas. O resultado é a piora na qualidade de vida, impacto nos índices de mortalidade e alimentação do ciclo de miséria. A transparência, portanto, faz-se indispensável para garantir uma distribuição coerente de recursos.