A abstenção no segundo turno das eleições municipais chamou a atenção, ao ponto de a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carmen Lúcia, anunciar que a corte se debruçará sobres os números para descobrir o cerne da questão. A média nacional de ausência dos eleitores foi de 29,2%. É praticamente o mesmo indicador de 2020 (29,5%), em plena pandemia de Covid-19. Em Goiânia, a abstenção foi de 34,2%. Abaixo de 2020 (36,7%), mas é o segundo maior índice das sete disputas locais que foram para o segundo turno desde 1992. Significa que 352,3 mil pessoas deixaram de votar no dia 27 de outubro. Acrescentados os votos nulos e brancos, são 393,7 mil — mais que o os dados ao prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), que teve 353,5 mil. As hipóteses são muitas: candidatos que não empolgam, desilusão com a política em geral, maior facilidade de regularização eleitoral por meio da tecnologia, aumento da população com mais de 70 anos e até condições climáticas entram na conta. O estudo do TSE poderá dar indícios mais concretos, para que o País coloque na mesa a discussão sobre a participação popular nas eleições, inclusive com o debate sobre o voto obrigatório que, na prática, não existe mais no País.