Até o momento, 62 municípios goianos estão em alerta para enchentes, segundo o governo estadual. É de se esperar, portanto, que episódios como os ocorridos nos últimos dias em Catalão, Planaltina de Goiás e Rio Verde se repliquem. Inundações, destruição de propriedades e de infraestrutura urbana nessas localidades comprovam que a vulnerabilidade aos eventos extremos não depende do tamanho das aglomerações urbanas. No interior, podem se agravar, pela presença reduzida do poder público e pelo risco de isolamento, o que dificulta a chegada de assistência externa. O governo promete alocar os Bombeiros, organizar estrutura para receber desabrigados e fortalecer o suprimento de medicamentos para os municípios identificados. Lista que pode vir a aumentar, caso o volume de chuva permaneça elevado. São providências necessárias, porém, pontuais. Para o longo prazo, as medidas são muito mais complexas, demandam sinergia dos setores público e privado e exigirão investimentos que nem sempre terão efeito imediato — o que costuma adiá-los indefinidamente. Ocorre que, a cada período de temporais ou de seca intensa, fica impossível ignorar que essa deve ser a prioridade daqui em diante.