A rápida adesão dos estudantes brasileiros às novidades tecnológicas acrescenta desafios para os educadores. Desde os primeiros anos da educação, os jovens utilizam as mais variadas ferramentas digitais para auxiliá-los nos estudos. Contudo, fazem isso sem orientação e à revelia das escolas — que, na verdade, nem estão preparadas para guiá-los nesse campo. Divulgada nesta semana, a pesquisa TIC Educação, do Centro Regional para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), aponta nessa direção. A maior parte dos estudantes, inclusive, já recorre a modelos de inteligência artificial (como ChatGPT, Gemini ou Copilot) para realizar tarefas escolares. No ensino médio, a proporção é de 70%. O problema não está, logicamente, em utilizar esses recursos. A questão é que essa adesão ocorre, majoritariamente, sem qualquer mediação pedagógica. Só 32% dos alunos do ensino médio receberam orientações dos professores sobre recursos de IA. Dois terços tiveram apenas “dicas” sobre sites considerados confiáveis. A pesquisa não avalia se essas ferramentas são benéficas ou prejudiciais para o aprendizado. Mas alerta para a urgência de que professores e escolas se preparem para lidar com elas. Afinal, é a formação de uma geração que está em jogo.