Após acompanharem 1 milhão de estudantes que entraram no ensino médio em 2017, os pesquisadores Naercio Menezes Filho e Luciano Salomão quantificaram a influência das escolas de tempo integral no desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Os estudantes com carga horária ampliada tiveram nota 16,5% maior que os de escolas de tempo parcial. A maior diferença foi observada na redação (29 pontos), mas ela ocorreu em todas as áreas do exame.

O resultado é que o grupo do ensino integral teve 5% mais matrículas no ensino superior, proporcionalmente. No recorte das instituições públicas, o aumento no ingresso em relação às escolas de turno parcial foi de 7,7%.

Em Goiás, a rede estadual tem apenas 15% dos alunos em escolas de tempo integral. A meta do Plano Nacional da Educação (PNE) é de 25%. Por desinteresse da Prefeitura, Goiânia é a única capital que não aderiu ao programa do Ministério da Educação (MEC) para financiar a modalidade.

É imprescindível que a secretaria estadual e as pastas municipais de educação atuem para mudar o atual cenário, pois o aumento do número matriculados em unidades de tempo integral pode impactar positivamente a educação no estado.

Escola em tempo integral

Editorial

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Matéria - Opinião - Editorial

São gravíssimas as revelações da operação da Polícia Federal desta terça-feira, que prendeu quatro militares do Exército e um policial federal, no âmbito do inquérito que apura se houve tentativa de golpe após o resultado das eleições presidenciais de 2022. De acordo com os investigadores, o grupo integrava um suposto esquema para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os presos está o general da reserva Mário Fernandes, que ocupou interinamente a Secretaria-Geral da Presidência da República, no governo Jair Bolsonaro (2019-2022). De Goiás, a PF prendeu o major Rodrigo Bezerra de Azevedo, que serve no Comando de Operações Especiais de Goiânia. A capital é citada 39 vezes na representação da PF que solicitou as prisões. A suspeita sobre os militares era conhecida, mas, a partir das prisões, novos detalhes foram acrescentados. É provável que o inquérito, que está em reta final, tenha novos desdobramentos. Garantido o amplo direito de defesa, os envolvidos, se considerados culpados, devem ser punidos rigorosamente, de forma que as instituições deixem claro que aventuras golpistas não são toleradas.

A golpistas, o rigor da lei

Noticiários recentes no Brasil e no exterior dão conta de uma série de eventos climáticos que provocaram catástrofes em diversas cidades. Reportagem publicada na superedição de fim de semana mostra dois exemplos, em Valência e Barcelona, que tiveram impactos completamente diferentes graças a estratégias prévias adotadas em cada localidade. Isso prova que a adoção de medidas concretas pode minimizar impactos de temporais, como desmoronamentos, enchentes, alagamentos e outros. Em Goiânia, trabalhos focados em planejamento de ações estão em curso e, se forem adotados na prática, podem contribuir para reduzir o sofrimento da população não só nos tempos chuvosos, mas também no excesso de calor e na seca prolongada. Vários são os exemplos que a capital pode adotar, a começar pelo aumento da área verde, pois bosques e gramados dão mais frescor ao microclima e amortecem a força das águas em caso de tempestades. Piscinões na região da Marginal Botafogo também são ações que mitigariam o problema. Enfim, soluções existem, mas é preciso interesse e capacidade dos administradores para colocá-las em prática. Assim como é fundamental a colaboração da comunidade em geral.

Questões climáticas

A educação formal de crianças e adolescentes extrapola o que se passa dentro da sala de aula. A formação integral exige a oferta de ferramentas que tornem o aprendizado mais atrativo e estimule a socialização e o trabalho de equipe entre os alunos. É neste contexto que estão incluídas bibliotecas, quadras esportivas e laboratórios de ciências e tecnologia. E, neste aspecto, as escolas públicas de Goiás, principalmente nas redes municipais (mas, em menor proporção, também na estadual), deixam muito a desejar. O Anuário da Educação Básica, organizado pela Todos pela Educação e parceiros, aponta que um terço dos colégios não tem sequer uma biblioteca ou sala de leitura. Metade não dispõe de quadras esportivas, 60% não têm laboratório de informática e nove em cada dez não ofertam laboratórios de ciências. Apesar de abastecidas em relação à água tratada, o documento revela que 50% delas ainda não são servidas com rede de coleta de esgoto, um número que reflete a realidade de muitos municípios do interior de Goiás. Os dados reforçam a necessidade de mais investimentos na infraestrutura das escolas no estado. A existência desses espaços, com qualidade, são fundamentais para o pleno desenvolvimento dos estudantes.

Infraestrutura na escola

A explosão de artefatos diante do Supremo Tribunal Federal (STF), menos de dois anos após a invasão das sedes da corte, da Presidência da República e do Congresso, é sinal de uma escalada na tensão política no Brasil. Na noite de quarta-feira (13), um homem atirou um explosivo, para logo depois se matar com outro. Por sorte, a única vítima foi ele próprio, identificado como Francisco Wanderley Luiz, um chaveiro catarinense. Ainda há muitos detalhes a serem esclarecidos, mas tudo indica uma ação motivada pelo extremismo político. Em postagens dele nas redes sociais, havia mensagens de ódio direcionadas ao STF, autoridades e personalidades. O episódio demonstra que a ruptura entre campos ideológicos antagônicos tem se agravado no País, com consequências cada vez mais trágicas. Também expõe a fragilidade das autoridades em conter esse tipo de ação. Tiu França, como o homem era conhecido, transformou em ato o que muitos agentes públicos manifestam em palavras, sempre de olho nos possíveis ganhos políticos. Ele é uma prova de que o discurso de ódio pode transformar pessoas “solícitas e prestativas”, na descrição de uma vizinha, em vetores da violência.