Seguindo tendência que começou no Congresso e se espalhou pelo Poder Legislativo de estados e municípios, a Câmara de Goiânia avança no orçamento municipal por meio das emendas impositivas. A fatia é de 2% da receita corrente líquida, cerca de R$ 5 milhões para cada um dos 37 membros da casa. Organizações sociais têm sido privilegiadas pelos vereadores na distribuição de recursos. Em 2024, 80% do montante foram para entidades do terceiro setor. Para 2025, a previsão é de 95%. Boa parte desse dinheiro é destinada para as Carretas da Saúde. O fatiamento orçamentário por meio dessas emendas tem implicações. No caso das carretas, se o atendimento supre uma necessidade pontual, por outro lado enfraquece políticas estruturadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e abre portas para o clientelismo. Ao mesmo tempo, há uma grave violação à transparência. Como O POPULAR mostrou na edição desta segunda-feira (17), as entidades beneficiadas e a Prefeitura falham em demonstrar como o dinheiro está sendo aplicado.