A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) confirmou dois casos de febre amarela em macacos, registrados em um intervalo de quatro dias: o primeiro em Abadia de Goiás e o segundo em Guapó. A confirmação levou a secretaria a emitir um alerta para os 246 municípios goianos. Isso porque esses primatas atuam como sentinelas naturais, revelando a circulação do vírus. Essa detecção antecipada permite que as autoridades adotem medidas preventivas. Embora tenham sido apenas dois casos, a situação é preocupante devido à baixa cobertura vacinal contra a febre amarela em Goiás. Apenas 70% da população está vacinada, quando o ideal seria pelo menos 95% — uma herança da desinformação sobre vacinas, amplamente disseminada durante a pandemia de Covid-19. Em cerca de 15% dos casos, a febre amarela evolui para formas graves, inclusive fatais. Por isso, é fundamental que a população procure os postos de saúde para se vacinar. Além disso, a população não deve atacar os macacos. Sem eles, o mosquito transmissor da febre amarela perde seu hospedeiro preferencial e pode passar a picar humanos. Os macacos são, portanto, aliados na vigilância da doença — e não ameaças.