A morte de João Victor Gontijo Oliveira, de apenas 10 anos, em Anápolis, é um exemplo de como a negligência conjunta de um ente privado e do poder público pode gerar consequências devastadoras. O garoto foi vítima de um choque elétrico ao encostar em um fio energizado. A Polícia Civil investiga, mas os indícios apontam que o material foi deixado por uma operadora de telefonia. O caso evidencia o risco ao qual milhares de pessoas estão expostas diariamente, especialmente em cidades de maior porte, como Anápolis. Com a expansão dos serviços de telecomunicação, calçadas e postes têm se transformado em depósitos de fios inservíveis ao ar livre. Em Goiânia, a Prefeitura chegou a implementar um programa de recolhimento desse material, em parceria com o Ministério Público (MP), a distribuidora de energia e as operadoras de telefonia. A atual gestão, no entanto, abandonou o projeto e optou por aplicar multas às empresas. O poder público tem a obrigação de dar a devida atenção a esses fios abandonados. Afinal, como ficou demonstrado, eles não representam apenas um problema de limpeza urbana — podem constituir uma ameaça real à integridade física das pessoas.