O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, concedeu uma entrevista esclarecedora ao POPULAR sobre o comportamento da dívida de Goiás desde a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O programa foi útil para o reequilíbrio financeiro. Por outro lado, contribuiu para o aumento da dívida total, em razão da suspensão de parcelas, da redução dos desembolsos e da inclusão de outros compromissos garantidos pela União. De 2021 a 2024, o saldo devedor passou de R$ 12,3 bilhões para R$ 18,5 bilhões. Portanto, o alívio financeiro imediato pode gerar novos desequilíbrios no futuro. O governo federal apresentou o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). A curto prazo, ele permite nova redução nas parcelas. A longo prazo, busca conter o crescimento da dívida por meio da troca do índice de correção dos juros — da Selic para o IPCA mais 1% ou 2%. A economia prevista para Goiás varia entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões por ano. Apesar de críticas pontuais, o governo estadual pretende aderir ao Propag. O alívio fiscal, no entanto, não deve ser motivo para relaxar no controle das contas públicas — para que Goiás não volte a depender, no futuro, de socorro financeiro da União.