Goiânia passa por um atribulado período político, em que tem dois prefeitos. Um deles, o que está no cargo, segue inerte diante da crise na saúde. O outro atua como gestor antes da posse. Rogério Cruz (SD) ainda despacha no Paço Municipal, mas até agora não deu as caras para tentar solucionar a falta de vagas em unidades de terapia intensiva na capital. Em uma semana, quatro pessoas morreram à espera de um leito: Janaina de Jesus, de 29 anos; Katiane de Araújo Silva, de 36; Severino Ramos, de 62; e Luiz Felipe Figueiro, de 30. Sandro Mabel (UB) só assume em janeiro, mas tomou a frente nas articulações com a rede conveniada. Nesta segunda-feira (25), anunciou a liberação de 20 leitos, providência que deveria ter sido tomada pelo atual gestor. O mesmo ocorre em outros setores. Mabel interferiu no projeto de renegociação de dívidas com a Prefeitura, negociou recursos para escolas de tempo integral junto à União e questiona licitações em andamento, como para a terceirização de parte do aterro sanitário. É comum que em época de transição de governo os holofotes sejam direcionados àquele que assumirá o poder. Mas, em Goiânia, a situação foge da normalidade. Normalidade que precisa ser resgatada pelo futuro gestor.