Boa parte de Goiás está coberta por fumaça desde o fim de semana. A paisagem é resultado de queimadas, baixa umidade do ar, massa de ar frio e poeira. Aos fenômenos climáticos, junta-se a ação humana. O Corpo de Bombeiros estima que mais de 90% das queimadas têm as digitais de alguma pessoa. Algumas pela utilização de técnicas de manejo arcaicas; outras deliberadamente criminosas. No sábado, um homem foi preso por atear fogo em propriedades rurais na região de Bom Jardim de Goiás e Piranhas. Em São Paulo, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o aumento abrupto de focos de incêndio no interior. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula que a poluição causada pela fumaça está relacionada ao aumento de 23% nas internações por doenças respiratórias e de 21% por doenças cardiovasculares. Há, ainda, impactos econômicos. Em Goiânia, 26 voos foram cancelados ou desviados do Aeroporto Internacional Santa Genoveva, no domingo. Em Goiás, houve 974 incêndios em agosto, o dobro do mesmo mês do ano passado, quando foram 488. A situação é crítica e exige ação imediata dos órgãos ambientais municipais, estaduais ou federais. Além de investigação rigorosa das polícias Civil e Federal.