A Polícia Civil de Goiás deflagrou, ontem, mais uma operação contra criminosos que utilizam a tecnologia para aplicar golpes financeiros. A ação prendeu 43 pessoas, e outras 7 continuam foragidas. O grupo tinha um leque de fraudes conhecidas, como números, boletos, intermediações bancárias e perfis falsos, além de extorsão com uso de fotos íntimas, conhecidas como nudes. O esquema possuía um núcleo central e utilizava laranjas — pessoas que forneciam dados para abertura de contas bancárias. Eram mais de mil cadastros, em uma rede que tornava o rastreamento do crime mais difícil, tanto pelas instituições financeiras quanto pelas autoridades policiais. Foram identificadas 157 ocorrências em 20 estados, além do Distrito Federal. O prejuízo pode ser milionário.A proliferação de golpes do tipo comprova a capilaridade dessas quadrilhas — que se aproveitam da tecnologia para agir sem fronteiras —, desnuda a fragilidade dos sistemas de segurança no meio digital e obriga os órgãos públicos a investimento constante em atualização para enfrentá-los. O crime cibernético derrama menos sangue, mas tem capacidade de atingir milhares de pessoas em pouco tempo e deixa um enorme rastro de prejuízo.