A radiografia dos lixões mais precários de Goiás, feita por este jornal na edição de fim de semana, comprova o que disse o presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), Pedro Maranhão. Ele aponta que Goiânia “está na época medieval na gestão de resíduos”. A reportagem especial revela que, como ou pior que a capital, outros 26 lixões funcionam sem licença ou foram autuados por irregularidades. Um dos mais graves cenários está no município de Piracanjuba, que deposita os resíduos a céu aberto, às margens da rodovia-GO-147, local de frequentes incêndios. Além dos profundos problemas ambientais, tais áreas são também foco de um drama social escancarado sobre montanhas de lixo: famílias que garimpam recicláveis em meio a urubus e mau cheiro, na busca de sobrevivência. O quadro é efetivamente medieval e exige uma condução mais firme, para criação de aterros adequados, desativação das áreas irregulares e acolhimento das famílias que vivem da coleta de recicláveis.