Dentro de um mês, vence o prazo prometido pela Prefeitura de Goiânia para início da operação do corredor Norte-Sul, o aguardado BRT. São dez anos de espera, desde que a licitação foi realizada, com diversos paralisações e percalços ao longo do processo. Apesar da garantia de que os novos ônibus começarão a circular no fim do mês de agosto, os usuários do transporte coletivo estão pouco confiantes de que o cronograma será efetivamente cumprido.

Tal suspeita deve-se aos seguidos adiamentos e também à situação das plataformas, ainda não concluídas. Reportagem na edição do fim de semana revelou que será preciso correr muito para que tudo não passe de mais uma promessa vazia. Trinta das 31 estações ainda estão em obras. Apenas a plataforma da Praça Cívica pode ser considerada pronta. A situação, além de impedir

o direito a um serviço de melhor qualidade no transporte coletivo, resulta em desperdício do dinheiro público. A obra do BRT já se tornou conhecida pela morosidade, pelos erros de planejamento que causaram as seguidas interrupções. Goiânia já pode ser considerada uma metrópole, mas peca pelas precárias condições de transporte, que se arrastam há décadas. A população está exausta com a longa espera.

Longa espera pelo BRT

Editorial

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Matéria - Opinião - Editorial

Editorial 

Volta e meia Goiânia é definida como a capital da música sertaneja, cidade com maior área verde do País ou a que tem mais árvores em vias públicas, rainha dos pit dogs, capital das feiras de rua ou da pamonha, e por aí vai. Mas o goianiense costuma se enrolar quando ouve a pergunta: “O que tem para se fazer em Goiânia?”

A verdade é que a cidade tem muito o que mostrar, mas até hoje não se organizou para exibir o que há de bom por aqui. Faltam ações que explorem esse potencial.

Por isso é animador saber que foi apresentado na última semana o Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico de Goiânia (PEDT Gyn), uma iniciativa que visa fortalecer a cidade como destino turístico, um ramo da economia que não para de crescer.

É a partir desse documento que se pretende estabelecer qual a identidade turística da capital e, então, elaborar projetos que explorem esses potenciais. O patrimônio Art Déco está aí, pronto para ser o primeiro dessa fila dos candidatos a exibição para o mundo.

Pela primeira vez se tenta implantar um plano estratégico com macroprogramas com ações fundamentais para o turismo. A capital pode não ter essa vocação desde o berço, como as cidades praianas ou termais ou históricas, mas não lhe faltam atrativos. Resta saber explorá-los, melhorar os serviços e aprender a atender os visitantes ávidos por conhecer o que há de melhor na região.

Plano turístico de Goiânia

A confirmação do primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em Goiás, identificado em uma criação doméstica, reforça a importância de uma vigilância sanitária rigorosa para prevenir a entrada do vírus H5N1 em granjas comerciais.O caso foi notificado após a morte de mais de 100 galinhas no plantel de um criador em Santo Antônio da Barra, no sudoeste do estado. O diagnóstico positivo foi confirmado por um laboratório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).Outro caso suspeito, registrado em São Luís de Montes Belos, aguarda o resultado dos exames. Já uma terceira suspeita, no Zoológico de Goiânia, foi descartada.A vigilância é essencial porque a gripe aviária — como é popularmente conhecida — pode se disseminar por meio de aves silvestres migratórias, o que torna a prevenção desafiadora.Goiás está entre os maiores produtores de carne de frango do Brasil, com destaque para os municípios de Itaberaí, Rio Verde e Jataí. O setor avícola goiano tem demonstrado preparo diante do risco sanitário.No entanto, em um cenário de alertas globais crescentes, é fundamental que os protocolos de biossegurança sejam ainda mais rigorosos, garantindo a proteção da cadeia produtiva.

Gripe aviária em Goiás

Em quase dois anos e meio, a taxa do agro cobrada dos produtores em Goiás provou ter potencial de arrecadação, mas os investimentos ainda são tímidos. O POPULAR mostrou, nesta semana, que foram arrecadados R$ 2,4 bilhões desde 2023, quando passou a vigorar. Porém, apenas 32% desse montante foram empenhados até agora.

A taxa do agro foi aprovada em meio à resistência do setor. A alíquota varia de 0,5% a 1,65%, dependendo do segmento — a menor incide sobre a cadeia da carne; a maior, sobre a soja e a mineração.

Os recursos vão para o caixa do Fundeinfra e devem ser aplicados, exclusivamente, em obras de infraestrutura que beneficiam o escoamento da produção goiana. O portfólio do fundo tem 62 investimentos previstos.

Dessa lista, apenas duas obras foram concluídas, ambas de restaurações de rodovias. Outras 12 estão em andamento e 11 não iniciaram. As demais estão em processos burocráticos, como chamamento, elaboração de anteprojeto ou licitação.

Tais intervenções são essenciais para o agronegócio goiano, que comprova sua força a cada ano. Como admite o próprio secretário de infraestrutura do estado, Adib Elias, o contribuinte já pagou — agora cobra urgência nos investimentos.

Obras da taxa do agro

O Mapa da Segurança Pública, divulgado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), expõe mais uma vez o fracasso de Goiás na redução da violência contra a mulher. Embora a taxa de homicídios dolosos venha caindo de forma consistente, os feminicídios permanecem em patamares alarmantes.Goiás registra a quarta menor taxa de homicídios dolosos do Brasil — 12,11 por 100 mil habitantes. No entanto, ocupa a 11ª posição entre os estados com maior taxa de feminicídios, com 1,53 por 100 mil mulheres, acima da média nacional de 1,4.A violência sexual também segue em níveis elevados. Em 2023, foram registrados 3.361 casos de estupro; em 2024, o número subiu para 3.369. A persistência dessa violência, mesmo diante da queda nos homicídios em geral, é resultado de diversos fatores. Muitos dos crimes ocorrem no ambiente doméstico, onde o controle é mais difícil. As instituições têm dificuldade para acolher adequadamente as vítimas, as medidas protetivas muitas vezes falham, e o machismo está enraizado.Fica evidente que a violência contra a mulher não se combate apenas com ações policiais. É preciso investir em políticas públicas integradas, educação de gênero e fortalecimento das redes de apoio.