Mercados municipais são registros vivos da história de uma cidade. Neles, é possível encontrar uma amostra das tradições de uma região — da culinária aos objetos de uso cotidiano. Além disso, fazem parte da memória afetiva da população.Em Goiânia, esses espaços agonizam por falta de atenção do poder público. O abandono inviabiliza até iniciativas da própria comunidade, como no caso do Mercado da Vila Nova, construído em 1957. Ali, permissionários promoviam atividades culturais nos fins de semana. Ganhavam os comerciantes e o público, com mais opções de lazer.Esse círculo virtuoso foi interrompido pelas péssimas condições do local. Goteiras, infiltrações, falta de iluminação inviabilizam os eventos e colocam o público em risco, obrigando os organizadores a suspendê-los.Ainda na gestão Rogério Cruz (SD), a Prefeitura anunciou a recuperação dos mercados da capital. O projeto não saiu do papel e foi abandonado. Agora, a administração Sandro Mabel (UB) aposta na concessão à iniciativa privada.O modelo pode dar certo, mas é preciso cuidado para não descaracterizar os espaços e torná-los inacessíveis às comunidades locais — como ocorreu em outras capitais brasileiras.