No dia 7 de dezembro, centenas de pessoas percorreram o trajeto entre a Praça Universitária e a Praça Cívica, em Goiânia, durante um ato contra a violência contra a mulher. O movimento Mulheres Vivas também ocorreu em várias capitais do País.Menos de um mês depois, O POPULAR mostra, na edição desta terça-feira (30), que essas vozes não foram ouvidas. Apenas em dezembro, houve pelo menos cinco feminicídios e três tentativas em Goiás, conforme levantamento da reportagem — os dados mais recentes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) têm quase seis meses.Dois dos casos revelam o grau de barbárie que costuma marcar esses crimes. Um dia após o Natal, Natali Vieira, de 33 anos, foi morta a facadas. Ela deixa três filhos órfãos. No domingo (28), Nayara Rocha, de 34, foi atropelada e morta intencionalmente, em Orizona.Em ambos os episódios, os suspeitos eram ex-companheiros das vítimas, fato que confirma o que apontam os estudos: no Brasil, na imensa maioria das vezes, as mulheres assassinadas conheciam seus algozes.Em Goiás, os números de mortes violentas intencionais caíram nos últimos anos. Mas o Estado é ineficaz quando as vítimas da violência são mulheres.