A interdição dos espaços de poder para as mulheres é uma realidade em todas as esferas do serviço público no Brasil — e não é diferente no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).Dos 77 cargos de desembargador na corte, apenas 17 são ocupados por mulheres, conforme mostrou O POPULAR. A proporção (22%) está muito aquém da meta fixada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023: 40%.Desde a resolução do CNJ, a participação feminina na segunda instância cresce, mas de forma lenta. Para alcançar o patamar almejado, é necessário ampliar as promoções de magistradas oriundas do primeiro grau.Historicamente, o TJ-GO tem sido resistente à ascensão feminina. Apenas em 1988 — quando a corte já tinha 114 anos — foi nomeada a primeira desembargadora: Maria Magdalena Pontes Viannay de Abreu, por antiguidade. Em 151 anos, a instituição nunca foi presidida por uma mulher. Vale ressaltar que, mesmo na primeira instância, elas são minoria: 138 dos 330 juízes titulares.Uma presença maior de mulheres no Judiciário, inclusive nos níveis superiores e nos cargos de direção, vai além da ocupação de espaços de poder. Ela contribui para que as decisões reflitam, de forma mais ampla, a diversidade das relações sociais no Brasil.